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Nervoso Miudinho

blog humorístico (esperemos) sobre tudo e mais frequentemente sobre nada

19
Jun17

Uma gota num oceano

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É como me sinto não raras vezes. É a cáritas que tem milhões aplicados durante a pior crise que há memória, é a Santa casa a investir nos bancos, é a cruz vermelha com ajudas duvidosas, é o banco alimentar pouco transparente, e todos eles com directores e directoras pagos a peso de ouro. A culpa cristã enraizada na nossa sociedade compele-nos a ajudar embora a igreja católica seja das instituições mais ricas do mundo, cheia de corrupção, investimento em armas até. Todos eles nos compelem a ajudar, enquanto eles próprios dão migalhas e enriquecem no negócio da caridadezinha. Os bancos a falir, o futebol, o desporto, os incêndios e a política enchem barrigas e eu aqui a trabalhar para o meu futuro, e a tentar ser boa pessoa. Trabalho, poupo, invisto milhares na minha formação, não sei muito bem para o quê. Tento ver formas de ganhar mais dinheiro para concretizar sonhos, alguns necessários, outros de consumo, confesso sem vergonha. E sinto que nado contra a corrente, porque sou uma parola que não sabe viver no sistema, alheia aos bastidores. 

18
Jun17

...

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São os americanos com os tiroteios e nós com os incêndios. Querem apontar-se culpas imediatas, quer-se tirar dividendos políticos, os média querem e lucram com a situação, muito sentimento, angústia, perdas, algum heroísmo e solidariedade felizmente. Ignora-se a indústria que lucra, nada se faz, no próximo ano repete-se a tragédia.

16
Jun17

A ditadura foi-se, os tiques ficaram

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Está enraizado na mente de todos os portugueses, tudo o que vem para Portugal terá de ser sediado em Lisboa. Festival da canção, falaram imediatamente em Lisboa. A EMA (anterior EMEA) poderá vir para Portugal, claro está Lisboa. Não interessa que a grande produção científica esteja na U. PORTO e no Minho, que o infarmed esteja já em Lisboa. Somos pequenos, mas na mentalidade que é o pior. 

Leiam este texto

 

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16
Jun17

Os gémeos do Ronaldo e as minhas dúvidas

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Um casal que quer ter filhos está a fazer um favor aos filhos? Ou foi uma decisão unilateral do casal e em última análise fria, egoísta? 

Todos os casais com a capacidade biológica de ter filhos, têm capacidade financeira, emocional, profissional e pessoal para os ter? 

Todas as crianças têm mães e pais presentes, que os amam e contribuem financeiramente para a sua educação? 

Todas as crianças filhas biológicas de um casal, são bem tratadas, amadas, nutridas, estimuladas? 

Todos os casais fazem uma decisão informada acerca de filhos, não há pressões, interesses, jogos, ilusões, mentiras? 

Alguém faz algum inquérito ou teste psicotecnico a pessoas que têm capacidade biológica para ter filhos? 

A capacidade biológica e a disponibilidade física de um parceiro seja em que molde for dá-me mais legitimidade ou dá-me superioridade moral sobre quem não a tem? (é que aqui acabamos já com a vida aos diabéticos, querem viver azarito, produzissem insulina) 

Nenhum casal se divorcia, negligenciando os filhos? 

Qualquer pessoa pode adoptar. Quem pode ter filhos também pode adoptar. Quem lhe recomenda adoptar, adoptou? 

 

14
Jun17

Quanto engordaste?!

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Pergunta banal, certo? Grávidas desse lado, corrijam-me se estiver enganada. O tom com que é formulada a pergunta é que determina a aceitação da invasão de privacidade, ou a conversa prévia à questão, porque tacto é coisa que nem sempre abunda.

 

Trago-vos a história hilariante de um telefonema de há uns meses. Estava eu grávida de 6/7 meses, quando estou ao telefone com pessoas próximas da família, passada a conversa com as pessoas que efectivamente tenho laços, chegou a vez da esposa. 

 

- "Estás grávida?? (foi o anúncio por isso houve grande surpresa)

De quanto tempo ? Quanto engordaste??"

Tau, assim a frio, não houve um como estás, está a correr bem, como te sentes, nadica de nada. 

 

Senti o desapontamento quando respondi que estava de 6 meses e tal, que tinha engordado 5 kilos e que estava a pessoa que ela conhecia mas com uma barriga. A conversa morreu ali, parabéns e tal, mas o interesse foi-se. 

Foi a reacção mais engraçada que obtive nestes oito meses, fez-me lembrar o moder family e a reacção da Claire à gravidez da Gloria (não tenho nada de Sofia Vergara, acreditem em mim).

 

  

 

Explicando, eu sempre fui pessoa magra, ou melhor em criança era muito magra, muito atlética e activa, pratiquei desporto e nunca fui gorda nem obesa. Esta pessoa tinha teorias, várias, ou porque tinha bichos carpinteiros e o stress emagrecia, ou porque como comia devagar não engordava, enfim era giro. Pessoa em questão engordou com a primeira gravidez e justificou tudo com as hormonas, ora, bebé de sua mãe está na faculdade e ela continua efectivamente obesa mesmo.

 

De resto todas as perguntas nesse sentido foram absolutamente elogiosas, não tenho mesmo do que me queixar, porque o ego anda nos píncaros, não vou mentir, toda a gente me diz que estou óptima, que de costas não pareço grávida e em metade das fotos de frente disfarça imenso mesmo agora às 38 semanas, só engordei 10 kilos e o meu corpo não mudou significativamente a não ser barriga (e só para a frente), nada de edemas na cara ou membros. Uso muita roupa que já tinha, todos os sapatos e anéis, só agora no nono mês e ao fim do dia há um ligeiro edema dos pés. Em alguma coisa havia de ter sorte

A auto-imagem criava alguma preocupação, também não minto. Não sou nenhuma obcecada com imagem, ou seja com o que for, mas perde-se o controlo do nosso corpo. Vivi mais de trinta anos com o meu corpo assim, tive uns kg mais gorda (4) há dez anos devido a boa vida a mais, por isso seria díficil lidar com uma alteração extrema. Já se perde imensa autonomia de várias funções corporais, já se entra em regras rígidas em comida e bebida, e no meu caso até de movimentos e independência por isso não é pouca a alteração que o organismo sofre.

 

 

13
Jun17

Notas soltas

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O novo fenómeno de baptizados e comunhões em quintas, como se casamentos se tratassem dá azo a uma variação brutal de indumentária. Temos desde ida à praia, ou comprar o pão até cerimónia ao fim do dia com vestidos compridos e lantejoulas, penteados elaborados e maquilhagem, completo com a troca para chinela depois da igreja, bem como tudo no seu intermédio. Sinto-me com 100 anos, uma velha do Restelo, mas no meu tempo (já uso esta expressão, que triste), havia um lanchinho em casa dos pais, não eram oito a doze horas de festa. Já não vejo sandes em pão de bico de pato há uma década. Sim, porque até os aniversários de crianças têm catering e decoradora. Acho que a minha geração está com dificuldade em dosear entusiasmo e em adequar expectativas. Os casamentos passaram de um almoço no restaurante no tempo dos nossos pais, para quintas, fogo de artifício, três pratos, várias mesas, sushi e ceia, animação para crianças, saxofone ou quartetos de cordas, às vezes dois vestidos de noiva, sessões de solteiros, despedida de solteiro em três momentos com viagens para fora do país, trash the dress, surpresas aos noivos e aos convidados, coreografias. Dezenas de milhar gastas num dia, numa festa, é algo com o qual ainda não consigo lidar, não me cabe na cabeça este segmento de negócio que se alicerça no exagero e ostentação de um dia, acredito que há um meio termo. 

09
Jun17

Duas (entre muitas) razões porque não sou fashionista

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e porque não sairei da cepa torta nisto dos Blogs. Depois de vários avistamentos de ambos (os dois) acessórios concluo que gosto de moda mas não tanto. Se o preço a pagar por uma vida cheia de glamour e produtos à pala é usar um ou dois artigos, é demasiado. Não imagino a cesta senão com pencas ou grelos a sair de lado, depois de uma ida à feira. E os chinelos, bom, fazem-me lembrar as minhas aulas de natação nos idos e saudosos anos oitenta, mas em mau, porque não há explicação possível para o pêlo e para se usarem sem ser num ambiente de cheiro a cloro. 

 

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01
Jun17

Viver uma gravidez de risco #7

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Estar quase no fim não vale nada nem dá garantias. Foi esta a lição duma hemorragia que celebrou a entrada nos 9 meses. Uma ida à urgência que nos fez gelar o sangue. No final de um dia de consulta, antes de ir para a cama sinto qualquer coisa, verifico que é sangue. Não era sangue vivo nem abundante, mas era sangue. Não vos sei descrever o que senti, o que pensei, os flashbacks na minha cabeça de outras hemorragias, o pânico.  Foram mil socos no estômago, foi ansiedade, foi tudo. Sim, já estava quase no termo, e o desfecho era mais favorável, ainda assim, imprevisível. Para ele ficou mais real quando à saída para a urgência lhe disse para trazer já as malas, poderia lá ficar internada, poderia estar a entrar em trabalho de parto, sabia lá eu. Para me stressar ainda mais, era à hora de ele estar por aqui a mexer e aos pontapés e há 15 minutos que nada. Mal entrei e disse que tinha hemorragia, fui logo levada para a sala de "cardio" para fazer o ctg. Na minha cabeça desde que senti o sangue a sentar-me no cadeirão passaram horas. Mal me colocaram o aparelho ouvi o batimento, e senti a maior descompressão da vida, daí a sentir o movimento foram dois minutinhos. Um pequeno alívio. O ctg revelou muitas contracções, só sentia metade delas, na consulta com obstetra, fomos ver se havia descolamento da placenta ou outros sinais. Nem descolamento, colo íntegro, sem dilatação e fui brindada com a melhor ecografia até agora, estava de frente, vi olhos abertos, bochechas e língua, estava a praticar mamar, tranquilo e completamente alheado do stress do lado de fora da sua bolha. Só tive alta e vim para casa porque vivemos perto, o dia seguinte foi repouso absoluto, voltei a mais cuidados. Não posso mesmo relaxar um minuto, o primeiro trimestre fechei-o com una síncope e queda, bati de cara, passei o segundo trimestre cheia de medo e com mais algumas ameaças de desmaio, que soube gerir. No terceiro trimestre fui tendo sempre cuidado, nos dias em que me senti melhor tive que me refrear. Fiquei sempre com a sensação que poderia fazer um pouco mais e aproveitar melhor, uma sensação muito frustrante de tédio/repouso/vontade de fazer mais. Esta semana tive a confirmação que não posso mesmo facilitar e que fiz bem até agora. Não posso mesmo ignorar os meus instintos. Fui fazendo o mínimo, e cada vez que me sentia mais cansada, ou que estava há mais tempo de pé, ia deitar-me. Desta vez estava com ele na cozinha e ignorei o pequeno cansaço, só faltava acabar umas refeições, não me vim deitar: o resultado foi a ida à urgência e o susto monumental. E pronto, mais uma semana de maior repouso, porque quero muito conhecer aquelas bochechas mais fofas que vi ontem mas só depois das 38. 

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