Recorde olímpico
Vão-me desculpar, mas é nosso o recorde. Veio uma pessoa de família lançada para pegar no bebé ao colo ainda nenhum de nós tinha sequer transposto a ombreira da porta. Foi contra mim que levava o carrinho para chegar ao bebé que estava ao colo do pai no hall do piso. Calma, disse ele, deixa-nos entrar. O entusiasmo continuou e apareceu à frente da cara do bebé, de voz alta e forte. Resultado? O primeiro GRITO de assustado da sua pequena vida. Procurou-me e atirou-se para mim. Oh, santa paciência para adultos que têm filhos e não conseguem perceber como se abeirar de um bebé de meses. Apeteceu-me gritar-lhe, por favor. Ele não tem dois ou três anos, não reconhece caras que não a minha e do pai, detesta sons altos, não responde aquele tipo de energia. Muita paciência. Chora sempre com esta pessoa, que ainda não quis perceber porquê. Lá voltamos a explicar. Tem que ser devagar, voz baixa, rir para ele, esperar e pegar com calma nele. O bebé não é um boneco nem serve para entretenimento de adultos, nem é um charro para ser passado numa rodinha. Querem apostar que da próxima será igual?