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Nervoso Miudinho

blog humorístico (esperemos) sobre tudo e mais frequentemente sobre nada

20
Nov17

Recorde olímpico

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Vão-me desculpar, mas é nosso o recorde. Veio uma pessoa de família lançada para pegar no bebé ao colo ainda nenhum de nós tinha sequer transposto a ombreira da porta. Foi contra mim que levava o carrinho para chegar ao bebé que estava ao colo do pai no hall do piso. Calma, disse ele, deixa-nos entrar. O entusiasmo continuou e apareceu à frente da cara do bebé, de voz alta e forte. Resultado? O primeiro GRITO de assustado da sua pequena vida. Procurou-me e atirou-se para mim. Oh, santa paciência para adultos que têm filhos e não conseguem perceber como se abeirar de um bebé de meses. Apeteceu-me gritar-lhe, por favor. Ele não tem dois ou três anos, não reconhece caras que não a minha e do pai, detesta sons altos, não responde aquele tipo de energia. Muita paciência. Chora sempre com esta pessoa, que ainda não quis perceber porquê. Lá voltamos a explicar. Tem que ser devagar, voz baixa, rir para ele, esperar e pegar com calma nele. O bebé não é um boneco nem serve para entretenimento de adultos, nem é um charro para ser passado numa rodinha. Querem apostar que da próxima será igual? 

08
Nov17

Não lhe dês colo que se habitua.

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Primeiras visitas do bebé, tinha quinze dias se calhar nem tanto. Pumbas, não dês colo que se habitua. Sou pessoa fácil por isso segui os conselhos. Hora da troca da fralda. Chamei-o. Uma e outra vez. Nada. É que olhava para mim e não vinha ter comigo. Pu-lo no trocador e coloquei fraldas e compressa. Uma vez mais nada. Acabou de mamar. Vai para o berço criança. Olhava para mim como se não percebesse nada. Vi-me obrigada a transportá-lo ao colo para tudo, sendo um bebé de colo é estranho, vamos ter que esperar até que acompanhe o que esperam dele. Curioso como é só o colo dos pais que vicia, porque se 10 familiares estiverem com ele 10 dias seguidos todos lhe querem dar colo durante todo o tempo que estão com ele. 

18
Out17

tem de dormir é de noite

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Começa a cansar-me por demais a escolha da repetição da ignorância. Por três vezes seguidas me disseram isto. Por três vezes lhe expliquei que não. Desde que ele nasceu que fala nas sestas durante o dia. Desde que nasceu que lhe dizemos que de dia dorme com luz e que sempre dormiu mais profundamente de noite. Numa próxima não vai correr bem. 

 

 

04
Out17

Curiosíssimo

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Nós é que temos um bebé, recém nascido, ou com menos de três meses e somos nós que respeitamos horários de confraternizações. Conseguimos, a muito custo nosso e com necessidade de planeamento respeitar os horários dos convites que nos fazem ou que fazemos. Quem se está a marimbar para os horários que damos ou que eles próprios dão: todo o resto das pessoas. Fizemos um jantar no fim do primeiro mês: andar a ver horário de mamada, tratar das coisas, estava a dormir na alcofa à hora certa. As pessoas atrasaram-se mais de uma hora. Resultado: estava acordado à hora que jantámos e não pude jantar descansada. Vários almoços e jantar das mesmas pessoas: nunca à hora que é dita nem sequer no prazo de uma hora depois, já tive que dar vários toques para começarmos a comer, até sem um casal que chega sempre já estamos a comer. Resultado: mal acabamos de comer saímos e somos nós que parecermos apressados e que não convivemos, pese embora sejamos os primeiros a chegar e sempre 10 minutos antes da hora "marcada". Sabem lá vocês o que isto me chateia e me apetece falar. Só em casa da minha mãe é que um almoço à uma, está na mesa pontualmente à uma. 

26
Set17

Expectativas irreais sobre bebés

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Tenho lido muitos grupos sobre bebés e sono. Uma mãe a perguntar o que fazer porque o filho tinha 15 dias e acordava de duas em duas horas para mamar. Quinze dias. O bebé ainda nem sabe que está fora da mãe.  E perguntas iguais para 1 mês ou 2. Que ideia de maternidade lhes venderam? Queriam que o bebé já viesse a fazer três refeições por dia como os adultos? Queriam mesmo um bebé ou gostavam da ideia de ter um bebé? Se calhar não queriam um recém nascido, queriam um adolescente em corpo de bebé.

Sempre que se fala de sono de bebés há sempre aquele caso do bebé da amiga que dormia noites inteiras desde que nasceu, e toda a gente quer um assim. Muito bonito mas perigoso, bebés recém nascidos não têm bom controlo glicémico, o ele acorda se tiver fome não é bem verdade, pode ficar hipoglicémico e sem capacidade de acordar.

Certo que toda a gente sabe que vai dormir pouco mas nunca se está verdadeiramente preparado para dormir assim, até aí tudo bem. É difícil viver com sono partido, mas não é nenhum drama franciscano, quando ele de facto dá uma noite mais chata, ou decide que não quer adormecer, aí sim, são uma dores de cabeça jeitosas e umas olheiras até ao umbigo. Queriam um bebé com uma semana que fosse preparar o biberão sozinho, bebesse e arrotasse sozinho?

 

Esta sociedade quer programar bebés como se fossem robots de cozinha. O bebé só está a ser bebé, tem ciclos de sono curtos, em geral uma a duas horas e não tem capacidade para adormecer ou se confortar sozinho.

O meu filho dormiu quatro horas seguidas meia dúzia de vezes desde que nasceu. O mais comum é dormir duas horas seguidas. A partir das 6 da manhã até só dorme uma hora de cada vez a não ser que esteja no colo. Se eu era uma pessoa mais feliz se ele dormisse mais horas, tipo quatro, se só amamentasse duas vezes por noite? Pois com certeza. Mas ele não é um bebé de catálogo, nem eu sou uma mãe de catálogo. Não se pode ter tudo. Ele é super desperto, interactivo e falador desde cedo, o que resulta que não é um bebé dorminhoco, ou que durma muitas horas seguidas. Já tive tanta sorte, sou tão abençoada com ele que não peço mais nada. Ou melhor, (minto, na verdade pedia uma noite de 4/5 horas uma vez por semana e sem o sono de uma hora só). Claro que me vai ser mais difícil quando for trabalhar, mas para já não é tudo rosas nas noites, mas aguenta-se bem.  

20
Set17

Conselho de mãe, ou no caso de avó para mãe

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Naqueles primeiros quinze dias fui muito zelosa dele, poucas visitas, pouco tempo, entre outros. Sem problemas ou arrependimentos, faria novamente. Numa das situações que contarei depois não me respeitaram a privacidade e dei-lhe sinal. Ele foi dar a mensagem. A pessoa ficou amuada. Para mim foi igual ao litro, na vez seguinte fui eu que tive de verbalizar. Ele pediu desculpa por não ter reparado e não me ter protegido. Aliás, conselho do curso de preparação para o parto: o pai como moderador de visitas e protector da mãe e bebé. Diz-me a minha mãe, ah e tal tem cuidado, olha que as pessoas ficam chateadas. Gargalhei. Mas com vontade mesmo. Então, eu é que tenho de ter cuidado com sentimentos alheios? Que grande piada. Eu, depois de tudo o que me aconteceu, primeiro filho, mãe há uns dias, hormonas no máximo, privação de sono, novas responsabilidades, habituação a um novo papel, já disse hormonas no máximo? Eu é que tenho de dar um desconto às pessoas? Eu é que tenho que ceder, ou permitir o que não quero? Ahahahhahah 

25
Ago17

desmontar argumentos tipificados

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Há coisas mais importantes.

 

Não o há sempre? A não ser que se fale de vida e morte, ou necessidades básicas, não há sempre coisas mais importantes? Que raio de argumento. Prioridades,são isso mesmo, prioridades, não implicam que nos foquemos apenas num aspecto da vida. As prioridades são uma coisa curiosa. São uma construção socio-cultural e como tal variam, além de que são uma construção pessoal, variam em todos nós, daí que ache estranho que alguém ache que as suas prioridades têm de ser as do mundo. Se eu defender a vida de golfinhos, quer dizer que condeno a morte de elefantes? Se eu me associar a causa de sem abrigos, sou contra os direitos dos animais?  A mais comum, se eu defender os animais quer dizer que não me importo com as pessoas?

 

O argumento das coisas importantes é muito perigoso. Porquê? Porque é muito versátil. Nos EUA, no fim da escravatura, podiam os negros não ter direito a voto, porque afinal há coisas mais importantes e até nem eram escravos. O mesmo para o direito ao voto nas mulheres. Não havia coisas mais importantes? Como literalmente o saneamento básico, e as doenças. 

 

Por esta linha de pensamento não se subsidiava artes nem desporto. Porque afinal há pessoas abaixo do limiar da pobreza e vai haver sempre. Não havia programa espacial, espectáculos, hobbies, férias. Um sem número de tecnologia que nos facilita a vida e nos entretém desapareceria, porque afinal há coisas mais importantes. 

 

26
Jul17

Há um tipo especial de inferno reservado às pessoas

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Que observam tudo o que fazes, ou que fazem perguntas até encontrarem qualquer coisa para que possam dizer: não podes fazer isso que se habituam. Se não houver, inventam. Como estarem a falar alto, e ele a dormir no carrinho, e tu, claro, estás a abanar o carrinho para que ele volte a dormir. É logo: não o podes habituar a dormir assim embalado senão depois só quer isso. Oh, façam me o favor de se ir encher de moscas. Estão mesmo à espera seja do que for para dizer que não podemos e estamos a fazer mal. Até se inventa quando não há. Já disse que não, li e está errado. Ah, eu tive três filhos, eu sei. Curioso, pessoas com três filhos não faltam, é só especialistas, nem sei porque há investigação, livros de profissionais, com tanto expert de trazer por casa. Mais giro, a pessoa em questão é homem, e quem tratou dos filhos foi a sogra, porque trabalhavam, sabe lá ele o que a sogra fazia para lhe adormecer os filhos. Na altura dele tinha direito ao dia do nascimento, não passou o primeiro mês na companhia dos filhos 24h/dia.No máximo é especialista nos três filhos dele, e convenhamos que lembra-se lá de há 30 anos, dos filhos com um mês, no máximo lembra-se dos filhos com meio ano, um ano. Acho que as pessoas da geração seguinte têm alguma dificuldade em aceitar que as pessoas que ajudaram a criar, estão, voila, criadas, que têm filhos próprios e que são responsáveis e autónomos. E que os anos oitenta não são modelo para nada, os cintos de segurança não eram obrigatórios nem atrás nem à frente, não havia cadeirinhas de transporte de bebés e crianças, era tudo em alcofas e uma travagem mandava a criança para o chão do veículo, e querem dizer-me para não o embalar?! 

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