O consumismo ataca impiedosamente nas tardes mais ociosas, as lojas online são tentações difíceis. Nas incursões em carne e osso descubro que não consigo comprar roupa e já vomito a roupa de grávida que tenho, estou sempre a usar o mesmo. É uma desilusão não conseguir comprar nada e a roupa de grávida é pouco imaginativa, além de que não compensa grande investimento. O que sucede? Sucede que não podendo comprar roupa, compro sapatos. Que diga-se de passagem não é grande castigo. Destes quatro pares, um comprei no mês passado e outros três, todos na mesma semana... em minha defesa os pés já incham ligeiramente no fim do dia por isso precisava de chinelos.
Em plena época alta da boda, podemos debruçar-nos sobre este tema. Um ano com menos de dois casamentos é um ano muito morninho, e sendo uma mente muito atenta ao que me rodeia fui detectando alguns padrões.
O tio folião
Em todos os casamentos há sempre um tio danado para a brincadeira, que bebe e brinca e que é um dançarino exímio. Quer dançar com toda a gente e chega a ser awkward. Há o típico casal de meia idade na pista a sambar na cara dos miúdos que só sabem dançar em discotecas.
O amigo bêbado
Toda a gente tem aquele amigo que fica bêbado e é alma da festa, solteiro claro, sempre na pista de dança ou no bar a pedir mais uma bebida. Dá conversa à menina do bar, à família dos noivos e, a dado momento, chora sempre de emoção. Uma variante deste tipo investe fortemente a dar cantiga ou à menina do bar ou a uma amiga (também ela bêbada) dos noivos.
A que arrisca tudo
depois, temos sempre a amiga da noiva, solteira, que decidiu que aquele é o seu moments para brilhar. Não sabe bem quando vai casar, e pelo sim, pelo não, vai aproveitar aquilo ao máximo. A festa não é dela, mas rais a partam, se ela não vai aparecer. O vestido é tudo, ou de cor berrante, ou decote, ou curtinho. Está sempre a dançar, faz gritinhos e poses como se estivessem lá paparazzi. Bebe qb e está sempre a tirar fotos. Posta no facebook fotos do dia durante meses, há sempre uma foto com legenda, as bonitas, a mesa mais gira.
Os colegas de trabalho
Estes são os verdadeiros convidados roleta russa: não se sabe o que vai sair dali. A bebedeira de uns e a forma awkward de dançar de outros vai levar a que nunca mais se olhe para essas pessoas da mesma forma.
O amigo perdido
Não sabe bem porque foi convidado, os noivos não sabem bem porque o convidaram, mas lá está. Não conhece quase ninguém, fica numa mesa onde não o conhecem, e onde estão as outras pessoas nessa condição. Está sempre à espera da hora apropriada para ir embora e mede o sucesso da festa pelo que bebeu.
A amiga graxista
Amiga próxima da noiva, solteira, está mortinha por casar, embora faça parecer que não. Tudo é lindo, e maravilhoso desdobra-se em surpresas e elogios exagerados porque secretamente acha que vai ser a próxima e espera ser recompensada. Ohh e aww forçados. Está a torcer para lhe calhar o ramo que assim alguém puxa o assunto do casamento com o namorado dela.
Foi lá só para comer
O convidado pró-forma, normalmente família afastada que só quer saber de comer. Se for mulher, só esteve de saltos altos na igreja, já chega à quinta de chinelas para estar mais confortável. Uma mesa de mariscos vale mais dez pontos no nota que deu ao casamento. Se a comida calha de ser pouca tá armada a confusão. Um pequeno parêntesis, uma senhora está nos seus saltos a noite toda, não há nada pior que ver pessoal com vestido de cocktail e chinelos ou havaianas. Estraga logo a imagem toda. Escolham um salto intermédio, um salto compensado, algo que saibam que aguentam; vão sentando para descansar.
As capazes são uma pobre desculpa de feministas. Ou melhor, as capazes não são feministas e ainda dão mau nome ao feminismo. Em 95% dos posts e intervenções. É de pessoas como elas a culpa do rótulo de feminista andar na rua da amargura, com trejeitos de cara quando anunciamos a alguém ao vivo que somos feministas. A minha sugestão é consultarem o dicionário porque andam muito equivocadas porque o que advogam é o contrário do machismo e isto está longe do que se quer. Cansam-me a beleza estas criaturas. Que me desculpem as minhas subscrições que queria comentar-vos a todas sobre este tema mas estou no telemóvel e isto sumariza a minha opinião.
Tenho lido algumas coisas, e numa das aulas foram comparadas mães de 16 e mães de 40 pela similitude de reações. Dei por mim a concordar. Um bebé traz caos, não sei quem pode achar que não, só não tendo interagido com nenhuma criança é que se pode achar que as nossas rotinas não se alteram. Por mim falo, não estou à espera que seja fácil, nem simples, aliás o que assusta é mesmo a dependência total, o meu nível de cansaço, os eventuais problemas, as cólicas, os sonos, tudo. Nos primeiros quinze dias, um mês, achar que se vai ter tempo para hobbies, empregos, tarefas pendentes, consumismo e tantas coisas é apenas ingénuo. Se houver um tempinho e o bebé colaborar acho que a mãe deve investir um pouco em si, um banho e um cabelo tratado fazem milhões pela aparência e auto estima. Agora ver frustração nos primeiros quinze dias por "não conseguir tratar de nada, ou fazer outra coisa que não o bebé" é que me provoca uma certa urticária, não sei o que as pessoas estavam à espera. Quando se escolhe ter um bebé que depende de nós para tudo, e o mais importante é a alimentação que vem de dentro de nós e isso não tem nem deve ter horas - outro assunto importante: se tiver fome nem que seja passada meia hora é para se lhe dar leite e nem há que pensar duas vezes.
Não podemos permitir que o Islão defina a vestimenta das mulheres e lhes tire liberdade. Vai contra os nossos princípios ocidentais, aquela religião é fanática e cheia de regras.
Só princesas católicas podem usar branco quando visitam o papa e devem cobrir a cabeça. O protocolo exige às restantes mulheres que se encontram com o papa que usem um vestido preto sem decote, com mangas compridas e uma mantilha preta na cabeça.
Na perspectiva de convidada, que é o que vos posso oferecer. Um casamento é uma despesa jeitosa: despedida de solteira, unhas, depilação, cabelo, vestido, maquilhagem, vestido e prenda. Foi em 2009 que comecei a ter casamentos de amigas próximas, e a ser dama de honor, vamos aprendendo com os erros e desenvolvendo tácticas de poupança. Comecemos pelo princípio, repetir vestidos é uma palavra de ordem, temos que abandonar este estigma que criamos a nós próprias. A maior parte da época de casamentos tem mais de um, se tivermos sorte não têm o mesmo grau de importância, porque é muito diferente um casamento de melhor amiga ou irmão/irmã ou primo afastado, ou prima afastada do namorado; nestes casos é muito mais fácil gerir a indumentária e repetir com segurança, a troca de acessórios e penteado já faz bastante diferença.
Marcar férias logo depois de um casamento, se possível o primeiro. Porquê? Fazemos render os investimentos em depilação, unhas e no caso de quem trabalha ao fim de semana, deixa de haver preocupação com trocas de forma a ter esse dia livre.
Para o casamento mais importante, o vestido pode ser novo e a maquilhagem pode ser profissional, sendo o primeiro é mais importante porque ainda estamos com aquela cor de lula que ainda não viu sol. Como poupar na maquilhagem? A ideia é não pagar o serviço de maquilhadora. Normalmente fujo de maquilhagens na cabeleireira, não têm formação, é como pedirem a uma amiga, nunca sabem o que vai sair. Fazendo na Sephora no valor de 35 euros em maquilhagem e oferecem um look de 15 minutos. Normalmente são os saldos nesta altura e o vosso dinheiro rende mais.
look de 15 minutos: Smokey Eyes; Perfect Red Lips; Nude Look; Bronzer & Blush; Contourin; Perfect Liner. Com 60 euros de compras podem fazer um look de 45 minutos, conjugando três looks. A sephora devia pagar-me a publicidade, mas aconselho porque é o que costumo fazer.
Aproveitar os saldos. Já comprei sapatos/sandálias e vestidos sem ainda ter conhecimento de cerimónias para as quais fui convidada, é sempre melhor do que estar com a pressão de comprar perto da hora e ter de pagar o preço total. Aliás até me poupou dinheiro, porque era menos uma preocupação para o evento. Normalmente vejo em sítios como Cocktail Molotof que tem vestidos TFNC London, uma marca que gosto, que tem loja online própria, a Mango tem uma parte de cerimónia, a Zara também, e o El Corte Inglès também são bons sítios, há sempre o risco de haver vestido igual, mas o mundo não acaba. A única forma de evitar isto é mandar fazer, eu pessoalmente não gosto. Tenho dois vestidos de dama de honor que mandei fazer em duas costureiras diferentes e são os que menos gosto, porque uma boa profissional paga-se mais do que vestidos destas lojas. A vantagem de aproveitar saldos e comprar para eventuais eventos é que a probabilidade de haver indumentária igual baixa consideravelmente.
No último casamento da estação, já estamos com uma boa corzinha pós férias, o que permite uma maquilhagem soft caseira e quiçá um cabelo simples esticado em casa.
Se quiserem rentabilizar ainda mais, deixem para cortar o cabelo para quando forem fazer o penteado no dia do evento.
Muito sucintamente estas são as minhas estratégias de poupança, acre scentariam alguma coisa?
Por várias razões. As primeiras notícias são um atropelo de palpites, preconceitos projectados e sensacionalismo. Se o fizesse não fazia outra coisa, infelizmente todos os dias no mundo acontece alguma coisa. Mais importante, é publicidade o objectivo final, não é matar. Quanto mais se falar na imprensa mais glorificados se sentem e mais maluquinhos se motivam para fazer o mesmo. Morrem poucas pessoas em cada um porque o objectivo é instilar o medo, criando uma guerra entre um nós e um eles, fazendo-nos sentir inseguros, que pode acontecer a qualquer hora e demonizando um grupo minoritário. Esta guerra serve os dois lados, basta ver as campanhas eleitorais, e qualquer iniciativa bélica dá muito dinheiro a muita gente que supostamente faz parte do nós. Por fim já sabemos que o ISIS vai reclamar a autoria, por favor, o ISIS é aquele amigo mitra que quando vai a um aniversário nunca contribui para a prenda, aproxima-se no final e diz: Gostas? É de todos, a prenda.
Estou em casa desde o início, desde o teste positivo. Nunca cheguei tão longe, já estou no último mês. Já vos disse aqui a dificuldade que isso é. Sou grávida a tempo inteiro, foi só isso que fiz. Nunca reprovei, nem a disciplina quanto mais um ano inteiro, nunca estive desempregada, nunca estive inactiva. Tive que lutar comigo para me convencer que tinha de ser assim, dias "desperdiçados". Dias muito mais solitários, não indo trabalhar não falo com pessoas como estava habituada, claro que há chamadas e mensagens, mas não é, de todo, a mesma coisa, surpreendentemente reagi muito bem, não deprimi, não fiquei afectada, nem descontei nele, houve dias mais fáceis, outros mais difíceis. Especialmente nesta sociedade em que vejo a maior parte das mulheres determinadas em mostrar que a gravidez não é doença. A minha é. Mulheres que viajam, fazem desporto de alta intensidade , trabalham, com uma carreira, e têm vida social. Ver blogs nesta altura então, tem sido um esfregar na minha cara, gravidezes com mais vida social do que a minha vida normal. Eu tive de abdicar disso tudo, não importava como estivesse a minha carreira e os meus planos e ambições, tive de colocar isso tudo de lado, durante (espero eu, peço) oito meses mais a licença de 5. Podia estar prestes a ter uma promoção (ahahahah, agora ri-me porque não há valorização nenhuma onde trabalho, penalização há muita, mas reconhecimento tá queto). Não sei o que vou encontrar quando regressar, tinha projectos em curso, ideias, grupos de trabalho, a vida não pára, só porque eu parei. Mais ironia, mal tive que parar surgiram duas oportunidades fora do local de trabalho às quais não me pude dedicar, coisas para as quais trabalhei desde o início da minha carreira. A biologia é uma cabra, ou abdicava de filhos, ou colocava o resto da minha vida em suspenso. Fomos falando disto os dois, a maternidade e o planeamento familiar são uma arma de controlo das mulheres, não há como fugir. Ele está comigo nisto a 100%, tem sido tudo para mim, mas a verdade é que ele vai trabalhar, pode praticar o desporto dele, tomar café com amigos à vontade, comer e beber sem restrições. Eu disse adeus a tudo isso, com o bónus de medicamentos e mais ansiedades.
A ironia.
Sou e sempre fui muito independente. Feminista (a sério, pela definição de dicionário e não como as capazes). Pratiquei desporto. Comecei a namorar cedo, e lá veio aquela pressão típica de miúdos de 16, para não ir aos treinos, para faltar às aulas. Muito calmamente lhe expliquei que tinha uma vida antes dele e que ia continuar a ter, que a minha prioridade era a família e a escola, que tinha amigos e praticava desporto, se quisesse ocupar um espaço na minha vida que gostava muito mas para me "exigir" faltar a qualquer um dos anteriores ficávamos já por ali. Continuei a ter momentos só com as amigas, com ele e outros nnamorados, saí e fui de férias com amigas, não me privei de nada, até porque nunca foram incompatíveis. Até tinha família minha a perguntar, "com quem vais jantar? Esta e aquela amiga. Mas não tens namorado? Tenho, e?"
Fui viver sozinha aos 26, ainda a frequentar o mestrado, uma vez mais família perguntou: mas estás chateada com a tua mãe? Claro que não, queria o meu espaço, estava mais que na altura de ser mais independente. Foi nessa altura que comecei a namorar com ele, e acabamos por ir viver juntos, ele ainda vivia com os pais. Os amigos sempre a "pressionar" o casamento e os filhos. Nunca me deixei permear por isso, faço as minhas coisas no meu timing.
E eis que a vida decidiu que deixasse por completo a minha independência, o meu trabalho, a minha carreira para estar grávida, vulnerável e frágil.
Partilho do mesmo sentimento; a primeira vez que a...
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