Bebé de Junho, temperaturas nunca inferiores a 21 graus desde que nasceu. Literatura fornecida pela maternidade a avisar que os bebés têm o mesmo calor que nós e não o mito que lhes foi incutido há 30 anos, e que só devem ter mais uma camada que nós quando a dormir ou passear na rua. Já vomito o conselho do frio. Bem dizia a enfermeira que não há um bebé em Portugal que passe frio. E se fosse Novembro? Ou estivéssemos na Islândia ou Alaska?! Cada vez que me dizem, cuidado com o frio, volto a relembrar para ler novamente a informação fornecida por PROFISSIONAIS. Cúmulo, a minha sogra não dormiu com medo que o menino tivesse frio. Lá a ver, não sou eu que tenho de ter cuidado com outrem, muito menos nesta fase, são as pessoas que têm de gerir as suas neuroses e ansiedades evitando passar-me um atestado de incompetência parental. É o meu primeiro filho, as minhas ansiedades, dúvidas e incertezas bastam-me. Acho que só ficavam satisfeitas se vissem assim a criança.
E ainda é algo inacreditável para mim. Ainda é estranho dizer, é meu filho. Ainda não consegui interiorizar a profundidade do que aconteceu, da minha vida, do meu pequeno que depende de mim para tudo. Estou imensamente feliz, com muito medo, sinto o peso da responsabilidade e estou apaixonada por esta pequena criaturinha que se tornou imediatamente na prioridade máxima da minha vida, da nossa vida. Os dias são passados nas rotinas necessárias e no mimo, não menos necessário do que o leite e o sono. Muitas vezes dorme no meu colo e penso que ainda há pouco estava dentro da minha pele, fazia parte de mim, faz ainda parte de mim, de novas formas. Não raras vezes devíamos dormir, ou descansar e fazemo-lo por turnos, e ao invés disso estamos apaixonados e embevecidos a olhar para ele, a namorar cada expressão, os pezinhos, as mãozinhas. Correu tudo bem, é saudável, é lindo e é um amor, a cada minuto estou grata, é uma bênção.
E às vezes dos "solicitados". Estão a fazer X? O que deviam fazer é claramente é Y, pois está claro. Toda a gente sabe isso e toda a gente sabe que sempre foi assim, mesmo que tenhas acabado de dizer que no curso de preparação para o parto te disseram para fazer o X. Mesmo que o Y esteja em claro desuso há mais de uma década e seja completamente desaconselhado por pediatras. Válido para profissionais que também gostam de se contradizer uns aos outros. Bem disse a enfermeira dos cuidados ao recém nascido: cuidado com os enfermeiros. Apanhei uma burra duma enfermeira que não sabia o que era um swaddle, uma especialista que olhou para aquilo como se estivesse a "prender o menino": ele não gosta de estar preso. Olha lá ó mastodonte, essa tua avaliação após 5 segundos de conhecer o meu filho vale merda para mim, aliás menos porque o cocó dele tem um peso importante na nossa rotina. Não falei, mas o olhar e expressão disseram volumes, e o enfermeiro ao lado tomou a rédea da conversa e percebeu que trouxe um empecilho à consulta. O pai tem de agir como moderador de terceiros, o melhor conselho do curso, ele tem feito isto quase na perfeição.
É prematuro, podereis dizer vós. Afinal de contas nem um mês levo disto. Sou uma miúda que aprende rápido e desvendei rapidamente os segredos. Bom, cá está. Tanto estamos no topo do mundo, é fácil e intuitivo, ficamos cheios de orgulho em nós próprias, uma calma plenitude; como cinco minutos depois não percebemos nada, o desespero ataca, duvidamos de tudo, achamos que já estragámos o puto, Googlamos que nem malucos.
O mais giro é que no país dela esse título bem existe. Está ali taco a taco com as pessoas que chamaram Khaleesi às crianças. É por estas e outras que me considero uma visionária. Sim, eu, pode mais ninguém achar mas acho eu. Sempre disse que queria que o primeiro nome de filho meu fosse doutor ou engenheiro, assim comássim já ficava, que as propinas e estão pela hora da morte e garantia respeito das massas. Tipo Doutor Miguel relvas, esse deve estar até a ponderar mudar legalmente de nome, já se habituou ao título que lhe deu trabalhinho a forjar.
Venho hoje aqui de fugida para vos contar que estou a transbordar de felicidade! Estou a viver o amor da minha vida. A felicidade é sempre mais real quando partilhada. O meu pequeno está cá fora, é lindo e estou apaixonada. Apaixonada por cada biquinho, carinha, expressão. Apaixonada por ele, por nós, pelo pai que ele é, por quem é para mim, por quem foi durante a gravidez e pela nossa entreajuda nesta primeira fase de conhecimento, pela relação que temos, pelo amor que lhe temos os dois, pela família e pelo apoio que dão, pelos amigos e a partilha da felicidade. Somos uma família e é tão bom. Entre cocós e xixi cá virei partilhar umas coisas com vocês. Mal tenha tempo volto para vos responder, e a vocês que cá vão passando mesmo sem cá vir, o meu obrigada, às vezes esqueço que há gente desse lado. Prontos para lerem aventuras de pais recentes e humor de cocó?
Partilho do mesmo sentimento; a primeira vez que a...
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