Os números não mentem por isso vamos a eles. Assim se quiserem dizer esta merda fazem-no a saber que estão a mentir e não a ser ignorantes.
A gripe é conhecida há dezenas e dezenas de anos, causada pelo vírus influenza. As mutações são previstas e introduzidas na vacina. Há vacinação gratuita para os grupos de risco. Há fármaco para a gripe A, o tamiflu é um antivirico eficaz para esta estirpe. Mesmo assim a mortalidade é 0,01%. A incidência de gripe é calculada por modelos matemáticos uma vez que é impossível registar: muitas pessoas não vão ao médico, não metem baixa, até podem nem ir nesse período à farmácia. Mesmo assim se tiverem gripe devem ficar em casa.
o r0 da gripe é 1. O sars covid 2 tem um r0 entre dois e três. Ainda não se sabe.
fixem isto; ainda não se sabe. Ainda não se sabe muita coisa. Todas as vias de transmissão por exemplo. Ao certo quantos dias fica em superfícies, tao importante como isso, se é sazonal. Não há vacina. Não há antivirico. Não há nada. Trata-se sintomas. Há duas estirpes em circulação, sabe-se há pouco tempo, pelo que já mutou. Como tem causado uma espécie de reação auto imune e falência renal ou hepática tenta-se medicação antiretrovirica e ha uns resultados com um antimalarico. Vamos ver se são reproduzíveis ou se se encontra algo mais eficaz.
a mortalidade está descrita entre 2 e 4%. Em Itália anda nos 5%. Depende de muita coisa, dos números, do diagnóstico, da capacidade de resposta das unidades de saúde. 2 % é 200 vezes mais que os 0,01 % da gripe. O covid 19 causa doença mais severa, pode causar dano permanente no pulmão e mata muito mais que a gripe. Temos na mesma o perigo das co infeções bacterianas.
80% têm doença ligeira. 20% precisam de hospitalização e 5% de críticos. Há 760 camas de intensivos no país com taxa de ocupação de 85% porque o resto das doenças não vai fazer pausa e ainda estamos na época de gripe (gripe A com complicação de pneumonia pode precisar de cama de intensivos e ventilador). Há um número de salas de pressão negativa, os hospitais não estão vazios à espera desta pandemia. Os hospitais e profissionais já estão sob pressão há anos com falta de medicamentos material e recursos humanos.
se vocês são saudáveis óptimo, não têm nenhum familiar com asma, hipertensos, diabetes, outra doença respiratória, ou cardiovascular? Ninguém em quimioterapia, com outras doenças auto imunes? Ficam de consciência tranquila a andar na sociedade doentes e a infectar? Tratar com seriedade e responsabilidade é uma coisa, entrar em pânico é outra.
a China avisou. A oms fartou-se de repetir para se levar a sério e aproveitar a janela de contenção. Tivemos dois meses. Vamos 20 dias atrás de Itália, o que vamos fazer com esses 20 dias?
No último 29 estava no bloco, estive grávida por mais 4 dias desde que soube que tinha acabado. Tinha passado o dia 26 numa sala à espera que não fosse preciso cirurgia. O último dia 29 de fevereiro passei-o no bloco operatório numa dilatação e curetagem depois de uma tentativa falhada de expulsão com recurso a fármacos, na minha terceira gravidez. Parece tao longínquo e ao mesmo tempo moldou-me, marcou-me como pessoa e como mãe. Tive alta mesmo antes do meu aniversário, o mais triste de sempre, o único sem bolo, sem um sorriso, sem nada. O meu maior amor chegou no ano seguinte, tem dois anos e oito meses e é muito amado e muito feliz.
Ontem estivemos basicamente desde o jantar a domar uma valente birra. Comeu as primeiras bolachas com açúcar adicionado por volta dos 19 meses depois de uma virose / otite que lhe levou muito peso. Aos dois anos provou chocolate. Desde então tem sido controlado, mas agora pede e passa mais tempo longe de mim. A rotina continua na tentativa do saudável mas ele tem um apetite para o doce bem jeitoso. Tanto que as vezes acorda a falar em bolachas de manteiga (a minha mãe calhou de comprar na confeitaria umas bolachas de manteiga conformas bonitas: mickey, unicórnios, corações e aquilo foi um mega sucesso com ele). Ontem não quis segundo prato, só falava em chocapic, na verdade a sopa era de feijão e quinoa e estava uma bomba por isso não me preocupei muito. Comeu fruta ainda a falar em chocapic. Não demos, começou o choro, 'é só dez' dizia ele enquanto nos mostrava as duas mãos, pois sabe que tem 10 dedos. Mais choro, passado um bocado, quero quatro, não cinco diz ele. Não, queres fruta, queres queijo, queres a massa do jantar? Não. Tenho fominha e quero chocapic. Eu estou a chorar, estás a dizer que não papá, diz que sim que eu estou a chorar. Aguentamos porque senão aprende que rejeita jantar e chora e depois come porcaria. Queres leite? Não. Choro. Ofereci bolachas de milho. Não quis. Entre brincadeiras mais choro. O pai sentou-se e começou a comer, aí que bom isto é; chegou-se a ele e comeu as tortitas de milho enquanto bebia leite e a birra passou. Gostou, são boas diz. Vamos para a cama e eu já estava desesperada de sono, já eram quase 23, e a cabeça já me pesava horrores. Deita-se e sabendo que fez birra diz-me fica contente mamã, sorrio. Tinha dito que não tínhamos bolachas de manteiga, vai ver a despensa, dizia também a meio da birra, na cama diz: o papa tem de ir ao supermercado, às compras, ainda lhe disse 'vai', numa última tentativa. 23h15: o Cookie Monster comeu one cookie, two cookies, three cookies, (fazendo os gestos com os dedos) mas four cookies não, porque o Cookie Monster é blue e estava a fingir que comia as bolachas, caía tudo da boca. Passou a noite a acordar de hora a hora, pediu colinho e disse que 'tem de ser','colo da mãe que está a chorar e a mãe é grande e forte e o papá é pequenino. Não me levantei, e mesmo assim hoje sinto que peso mais 20 kilos e tenho a coluna num oito, quando giro a cabeça até lateja.
Ganhámos coragem para marcar uma noite fora sem o nosso filho, a primeira. A última vez que andámos de avião foi há 4 anos. O miúdo tem 2 anos e 7 meses e ficou uma meia dúzia de vezes a dormir em casa da avó. Dizia eu, marcámos viagem antes do início da epidemia. Começou a estalar a epidemia, e tínhamos ambos ideia que a consulta do pequeno era 15 dias depois. Quando é? No exato dia da viagem. Compramos seguro de viagem a pensar que incluía cancelamento. Não inclui . Podemos adiar. Pagamos cerca de trinta euros por voo, ou seja tanto como gastamos no voo em si. Nada de grave, certo, mas chato e traz desapontamento e perda de dinheiro. E o vosso 2020?
Perde-se a remuneração do dia e o subsídio de almoço correspondente. Sei que há casos em que não. Não conheço nenhum sindicato que pague as greves. Exceptuando o caso dos enfermeiros que estiverem em greve subsidiada por vários meios. Os TSDT estiveram há uns tempos em greve por tempo indeterminada, e nem sindicatos nem profissionais as financiaram. Outro mito que convém desfazer para quem queira e não para os que gostam só de dizer mal e papaguear só porque sim. Na saúde e em tantas outras áreas trabalha-se por turnos e trabalha-se ao fim de semana. Portanto não é fim de semana prolongado pago. De longe. A semana ou mais pós greve é caótica e o trabalho faz-se na mesma. Aprendam se quiserem. Se continuarem a querer dizer merda porque sim, por quem sois.
A hora de dormir lá em casa é dantesca. Começa por parentalidade positiva e consciente. Conversa. Conto antes de dormir com livro, algumas histórias sem livro. O mobile musical que também projecta estrelas no tecto. Como acaba só Deus sabe. Ontem estava no berço dele e a pedir para o tirar. Pede, chama o pai. Diz que no berço está frio. Nada. Anuncia com voz grossa: quero ir para a vovó. Então porquê pergunto. “Ali estou contente e aqui estou a chorar”. Pumba que já almoçaste.
Nunca e demais relembrar. Uma das coisas que mais me irrita em geral no nossa sociedade é mesmo a frequência com que digo a estranho para cobrirem a boca quando tossem ou espirram. Nunca com a mão óbvio.
É a minha opinião. Ontem: chegamos a casa dos avós e a porta da garagem está fechada. Diz ele: e agora? Carrega no botão diz ele. Visto através do espelho. Colocámos um daqueles suportes de telemóvel no tablier: entra na cadeira e diz - olha o telemóvel. Tem a janela do lado dele, tem a janela traseira enorme e tem ainda espelho e acesso a ver o que ele quiser. Conversamos nas viagens, nos semáforos mandamos beijinhos ou trocamos sorrisos tal qual fosse virado para a frente. É cultural. Demora a habituar, quanta gente conhecem que ainda réplica a mentira que os cintos de segurança também são perigosos e matam? ( quando a estatística é absolutamente esmagadora que os cintos salvam vidas). Nos países nórdicos é obrigatória a contra marcha e quase não há fatalidades infantis. Em 2015 na Suécia se não estou em erro zero crianças morreram em acidentes de viação. Zero.
Partilho do mesmo sentimento; a primeira vez que a...
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