A expressão que ganhou novo significado com a chegada do meu filho. Com ele sou mais amorosa, mais atenta, mais forte, mais resiliente, mais carinhosa, mais ponderada, mais paciente, mais calma, mais ponderada, mais responsável, mais protectora, mais bem disposta, mais sorridente, mais palhacita, mais feliz. Com e por ele tento ser melhor.
Tive bastante sorte e ambas as malas que tenho foram oferecidas. A que foi comigo para a maternidade e nos primeiros tempos foi a da bioderma. Entretanto oferecem-me outra maior e com mais compartimentos e dá mesmo muito jeito.
Tento não levar meio mundo comigo, e fui pesquisar para o pinterest a composição mais jeitosa.
Documentos (da bioderma também oferecido);
Toalhitas waterwipes;
Fraldas de pano;
Fraldas, uma boa meia dúzia;
Trocador: esta mala nova tem trocador embutido, óptimo, até podem abrir a mala nos fechos (como está na imagem) e depois estender o trocador e fica ali tudo à mão. Já tinha comprado um trocador da tuc tuc e usando a outra mala dá jeito porque tem bolsos para fralda e toalha. Às vezes levo uns resguardos que se sujar é só deitar fora e não é tão frio para as costas dele.
Compressas TNT estéreis e soro em unidose (o pequeno saiu literalmente remeloso e cada vez que dormia ficava com remela);
Água micelar (vinha com a mala da bioderma);
Babetes (não bolça muito, mas parece que as coisas só acontecem quando saímos, a primeirs vez que bolçou a sério estávamos num evento);
Chupeta e corrente (odeia, estamos sempre a tentar e às vezes para o acalmar lá resulta por segundos; levamos o aero-om para mega sos aconselhado pela pediatra que ajuda nas cólicas - tem dose máxima, 5 vezes/dia);
Manta;
Três mudas de roupa separadas por sacos prontos a usar (tenho de pano e em saco transparente: dá mais jeito o transparente para saber o que lá está);
Saco extra com meias e casaco;
Sacos de congelação (se deram jeito para a maternidade agora são indispensáveis, noutro evento e com fatinho lindo pequena criatura acho por bem fazer um cocó explosivo e ter duas roupas no evento, uma chiqueza; a roupa com cocó fica dentro da saca de congelação e não suja nada na mala e não deita cheiro porque é estanque; trocam uma fralda num sítio inóspito ou no carro: fralda suja na saca de congelação)
Uma t-shirt extra para mim e outra para ele;
Barras de cereais;
Água;
Esta nova mala tem compartimentos dentro para biberões ou para água, óptimos para as coisas ficarem no sítio e visíveis, e extra térmica e amovível para biberão, bem como para telemóvel e para a papa; tem mosquetões nesses acessórios e nas alças, tem ainda mais dois compartimentos de fácil acesso com a mala fechada.
O melhor investimento que fizemos foi a escolha da cadeira e ovo no Espaço Mamãs. O design é muito bonito e é o sistema mais prático do mercado. O ovo transforma-se em alcofa, o que poupa um acessório enorme. Uma visita mais longa, um passeio mais comprido? Não há problema, é só esticar o ovo e o bebé já fica confortável e na posição correcta, só deve estar no ovo no máximo duas horas.
Comecemos pelo cliché, que é tão verdadeiro: para onde foi o tempo? Ainda ontem saímos da maternidade, era um ratinho pequenino e agora já me pesa nos braços. Espero não me tornar naquelas mães que só falam por intermédio de clichés.
O primeiro trimestre dele, muito chamado de o quarto trimestre de gravidez, em que não deve haver preocupações com colo ou rotinas, o bebé precisa da disponibilidade dos pais, está a habituar-se lentamente à vida fora do útero.
Passou num fósforo. O primeiro mês passou literalmente a voar. Demorei a interiorizar que sou mãe, é um papel que adoro. A nossa benção tornou medos em felicidade, descoberta em rotina, e trouxe uma dimensão especial à nossa vida. A nossa vida revolve à sua volta, e tem tanto de cansativo como de emocionante e extraordinário. Cada pequena aprendizagem dele nos enche de orgulho.
É a primeira parte do meu dia, a mais importante. A dificuldade das noites esfuma-se quando ele acorda meio a choramingar e mal lhe digo olá e bom dia se ri com vontade, dá um gritinhos amorosos, como se tivesse tido saudade durante a noite. Ficamos sempre ali meia hora, comigo a enche-lo de beijos e com ele a abrir a boquinha a rir e a palrar. Um dos dias mal acordou disse olá. Verdade, dobrou a língua, só fez olá mais duas ou três vezes mas uma está gravada em vídeo para não me chamarem maluquinha.
O primeiro sorriso. A nossa luta com as cólicas: shantala, biberão dr browns, massagem e joelho ao cotovelo contrário foram as nossas estratégias. As primeiras gargalhadas e as nossas conversas. Como diz a minha mãe, conhece bem os pais, inclina-se para nós e ri-se quando nos reconhece doutro colo.
É um bebé que gosta de companhia, gosta que falem para ele. Já passou por imensas fases. A primeira fase era gostar de andar de carro e no carrinho, quando estávamos mais cansados íamos passear com ele, dormia o tempo todo. Almoçámos muito fora, mas foi redefinido o almoço fora, super rápido connosco a aspirar a comida. Começou a dar sinal do primeiro para o segundo mês que já não achava piada ao carrinho; no carro às vezes adormecia, mas um semáforo era suficiente para o acordar. Do segundo para o terceiro mês é um suplício andar de carro; sozinho é saber que chora quase o caminho todo, tem de estar um de nós a falar ou cantar para ele, a bater palmas. Também deixou de ser fã do ovo, chora para sair, mal sai fica tranquilo, gosta de olhar para o ambiente e pessoas, fica super atento de pescoço espetadinho há semanas.
Ainda tem dias muito diferentes uns dos outros e o que resulta hoje e amanhã pode não resultar mais. Como o swaddle, tenho que voltar a experimentar, o sling que comprei e ele só lá ficou uns minutos duas vezes. Comprei um colchão da Ecus para evitar a plagiocefalia que não gostou, mesmo de noite o sono só durava uma hora. Não foi desperdício, está na alcofa onde brinca e fala com os bonecos há um mês.
Já me abraçou. Ok, é um salto, um exagero, mas defendo isto até à morte. Coloca os bracinhos nos meus ombros ou pescoço, com a cara encostada à minha e eu fico ali babada a sorver o momento como se fosse um abraço. Já se agarra à minha cara e deixo-o conhecer-me; já percebeu que os óculos são uma parte amovível da minha cara. Às vezes no suplemento fica com uma mãozinha na minha cara. Faz umas caras muito cómicas a brincar com a língua, parece que está a tirar comida dos dentes e faz estalidos, de rir. Também se agarra ao meu cabelo, arranca e fica a olhar para o que tem na mão. Anda a experimentar com a voz, gritinhos, antes de chorar reclama primeiro. Com as chupetas ainda tem dificuldade, ainda puxa vómito de vez em quando, mas anteontem e ontem adormeceu de chupeta porque anda numa fase de mamar, já fez um chupão ao pai e me fez um hematoma no mamilo.
Já se ri à gargalhada, já sabia o que era brincadeira com o comer dos pezinhos, e agora ri-se com muito som. Sabe o que é brincadeira, ri muito se danço ou salto, prefiro pensar que está a rir comigo e não de mim.
Os sonos: ainda tenho dificuldade que fique deitado no berço, de dia parece que tem picos, sonos de meia hora se tanto. Já brinca no ginásio e agarra os bonecos suspensos.
Oscilo entre querer duas horinhas para mim, ou para nós e a dificuldade em o deixar com alguém, não conseguimos, só mesmo vinte minutos para ir à fruta aqui em frente.
Já só tenho um mês completo de outubro com ele e já sinto o coração apertado. Quero tê-lo só para mim pequenino e ao mesmo tempo gostava de o ver a falar ou gatinhar.
Tenho lido muitos grupos sobre bebés e sono. Uma mãe a perguntar o que fazer porque o filho tinha 15 dias e acordava de duas em duas horas para mamar. Quinze dias. O bebé ainda nem sabe que está fora da mãe. E perguntas iguais para 1 mês ou 2. Que ideia de maternidade lhes venderam? Queriam que o bebé já viesse a fazer três refeições por dia como os adultos? Queriam mesmo um bebé ou gostavam da ideia de ter um bebé? Se calhar não queriam um recém nascido, queriam um adolescente em corpo de bebé.
Sempre que se fala de sono de bebés há sempre aquele caso do bebé da amiga que dormia noites inteiras desde que nasceu, e toda a gente quer um assim. Muito bonito mas perigoso, bebés recém nascidos não têm bom controlo glicémico, o ele acorda se tiver fome não é bem verdade, pode ficar hipoglicémico e sem capacidade de acordar.
Certo que toda a gente sabe que vai dormir pouco mas nunca se está verdadeiramente preparado para dormir assim, até aí tudo bem. É difícil viver com sono partido, mas não é nenhum drama franciscano, quando ele de facto dá uma noite mais chata, ou decide que não quer adormecer, aí sim, são uma dores de cabeça jeitosas e umas olheiras até ao umbigo. Queriam um bebé com uma semana que fosse preparar o biberão sozinho, bebesse e arrotasse sozinho?
Esta sociedade quer programar bebés como se fossem robots de cozinha. O bebé só está a ser bebé, tem ciclos de sono curtos, em geral uma a duas horas e não tem capacidade para adormecer ou se confortar sozinho.
O meu filho dormiu quatro horas seguidas meia dúzia de vezes desde que nasceu. O mais comum é dormir duas horas seguidas. A partir das 6 da manhã até só dorme uma hora de cada vez a não ser que esteja no colo. Se eu era uma pessoa mais feliz se ele dormisse mais horas, tipo quatro, se só amamentasse duas vezes por noite? Pois com certeza. Mas ele não é um bebé de catálogo, nem eu sou uma mãe de catálogo. Não se pode ter tudo. Ele é super desperto, interactivo e falador desde cedo, o que resulta que não é um bebé dorminhoco, ou que durma muitas horas seguidas. Já tive tanta sorte, sou tão abençoada com ele que não peço mais nada. Ou melhor, (minto, na verdade pedia uma noite de 4/5 horas uma vez por semana e sem o sono de uma hora só). Claro que me vai ser mais difícil quando for trabalhar, mas para já não é tudo rosas nas noites, mas aguenta-se bem.
Uma das coisas que me esqueci de referir no post das cólicas foi a descoberta deste tipo de biberões. Comprei um biberão dr. Brown's e é o preferido dele, não só pela redução do ar como pelo formato da tetina, não colapsa quando está a mamar, como os restantes. Tem um sistema que reduz o ar que os bebés ingerem ao mamar, aquilo verde que podem ver na imagem. Resulta mesmo, até pelo som conseguem perceber que está a ingerir menos ar. Outras marcas oferecem este sistema como janè e tommee tippee.
A meio da noite ele acorda. Eu tinha acabado de amamentar e estava com ele no colo, os bebés demoram vinte minutos a entrar em sono profundo e como estava agitado tinha mesmo de esperar até o pousar no berço. Ele acorda e diz-me:
- qual queres?
- hã?
- qual queres?
- Estás maluco de sono
- qual queres de almofada?
E levanta-se para me oferecer a almofada que tem debaixo da cabeça.
- eu já estou encostada, essa é tua, dorme.
Aterrou em segundos.
Explicando. Ele às vezes coloca-me uma almofada enquanto amamento para esperar os tais vinte minutos para o sono profundo. Maluquinho de sono mas com o subconsciente sempre preocupado connosco. Oferece sempre que acorda para ficar com ele, ou tentar adormecer em vez de mamar. Normalmente troca-lhe uma fralda enquanto vou beber água. Acabou por ser uma noite chata, com ele a mamar de duas em duas horas, acordei quatro vezes, quando ia adormecer mais uma vez, fez cocó, o que implica uma troca de fralda mais elaborada e despertou completamente. Dia duro, o de hoje.
Ele teve cólicas com três dias de vida. Pois. Começa aos quinze dias e vai até aos três meses, habitualmente. Calhou de o meu filho ser um einstein das cólicas. Era cedo para dar colimil, que só deve administrar-se aos 28 dias. Importa realçar que todos os bebés são diferentes e que isto resultou para nós. Tão depressa começaram como desapareceram, mesmo nas três semanas de cólicas era só algumas vezes por semana e uma horita. Mas uma hora de choro é mais que suficiente para nos destruir. Física e emocionalmente, porque estamos cansados e porque ele está desconfortável e com dor. E não há nada pior que saber que o pequeno tem dor.
Ao terceiro dia lá estávamos no Cmin na consulta da amamentação para pedir ajuda e ajudaram a corrigir a posição dele e minha.
O que fizemos? De tudo, porque ele até fazia cocós (na maior parte dos dias), o problema eram mesmo gases.E fizemos a figura de pegar no miúdo para andar de carro às duas da manhã por duas vezes. Resultou lindamente, passava a ombreira da porta e recomeçava o choro. O puto é inteligente e sabe que o treme treme parou. Então comecei a beber chá de funcho, limitei os lacticínios (Lasanha do continente é para esquecer mesmo), e comecei a tomar probioticos. Tummy time nos nossos joelhos antes de amamentar, verificar que a pega é boa e que arrota bem. Muita massagem, exercícios e almofada de cereais morna na barriga dele. Nos exercícios mais do que as bicicletas, o movimento mais importante na minha opinião é levar o cotovelo ao joelho contrário. Passado uma a duas horas disto era certinho fazer cocó. Pouco passou do mês e tomou o colimil e começou a ser um espevitado, mexia tanto as pernas que fazia a bicicleta sozinho, só tínhamos de fazer massagem e o outro. Também há probioticos para bebé, o biogaia, mas não tivemos necessidade de experimentar. Disto tudo ou da maturação do sistema digestivo, muito antes dos dois meses despedimo-nos, sem saudade, das cólicas, espero eu (rezo eu), para sempre.
Naqueles primeiros quinze dias fui muito zelosa dele, poucas visitas, pouco tempo, entre outros. Sem problemas ou arrependimentos, faria novamente. Numa das situações que contarei depois não me respeitaram a privacidade e dei-lhe sinal. Ele foi dar a mensagem. A pessoa ficou amuada. Para mim foi igual ao litro, na vez seguinte fui eu que tive de verbalizar. Ele pediu desculpa por não ter reparado e não me ter protegido. Aliás, conselho do curso de preparação para o parto: o pai como moderador de visitas e protector da mãe e bebé. Diz-me a minha mãe, ah e tal tem cuidado, olha que as pessoas ficam chateadas. Gargalhei. Mas com vontade mesmo. Então, eu é que tenho de ter cuidado com sentimentos alheios? Que grande piada. Eu, depois de tudo o que me aconteceu, primeiro filho, mãe há uns dias, hormonas no máximo, privação de sono, novas responsabilidades, habituação a um novo papel, já disse hormonas no máximo? Eu é que tenho de dar um desconto às pessoas? Eu é que tenho que ceder, ou permitir o que não quero? Ahahahhahah
Partilho do mesmo sentimento; a primeira vez que a...
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