A dois
Ele com o seu distinto adormecer em 30 segundos sente-se seguro e amado. Eu observo, na escuridão, e reflicto na sorte que tenho. Na facilidade das gargalhadas a dois, no quanto nos divertirmos e quantas horas perdemos a conversar e na quantidade de vezes que pensamos exactamente o mesmo. Ele começa a ressonar. Eu dou-lhe um leve jeito. O ressonar continua em crescendo. Não posso viver assim, isto não é vida, não aturo este homem, já estou aqui há mais de meia hora a tentar adormecer, tarda nada vais é para o sofá sua betoneira desafinada. Segue cotovelada que o acorda enquanto lhe digo em tom tudo menos delico-doce: estás a ressonar.