A sociedade e os filhos dos outros
a ilustração perfeita em duas situações com um ano de diferença, na mesma pessoa, sem filhos.
Não sei se os pais e mães desse lado sentem o mesmo, não há situação que se conte que não haja alguém a sugerir que o correcto é *exactamente* o contrário do que vocês contaram ou fizeram.
Bom, jantar de aniversário de um amigo, bebé com oito meses, a falar com uma amiga que é tia e o sobrinho dela está lá também e tem dois anos e pouco:
passou o tempo todo a alternar entre colos, sempre irrequieto, a rir-se e a brincar com o brinquedo dele e com o que podia. Nessa altura raramente usava ecrans com ele e não usava nenhum telemóvel. Pega no seu smartphone e põe um vídeo de YouTube, ao qual ele não liga nenhuma. “Ai não me digas que és daquelas mães que usa cronômetro e não usa telemóvel nenhum” - inserir cara de nojo. O sobrinho passou o tempo todo no tablet da chicco.
Ano seguinte, mesmo restaurante completamente baby unfriendly, portanto deixamos o bebé agora com um ano e oito meses com a avó. Então não trouxeram o bebé: porque é a uma hora que está perto da hora de dormir dele e não tendo com que se entreter e já andando, quieto 15 minutos (que era o máximo que ele se entretinha e só usávamos para os dias muito chatos de comer) só mesmo com telemóvel. “Ah, o YouTube kids tem cronômetro, é fácil controlar o tempo que usam os ecrãs, faz-lhes muito mal, ecrãs é para evitar de todo até aos dois anos. Olha para eles entretidos sem tecnologia.” O sobrinho de três anos e pouco tinha as primas com quem brincar e levou uns puzzles e umas coisas para desenhar, mas manteve-se assim porque tinha lá as duas primas que o ajudaram a entreter.
Pessoas 🤷🏻♀️