bom dia mamã
e ali derreti-me. continuo derretida no meu quarto, naquele momento. repito-o várias vezes por dia na minha memória. tantos bons dias em que tinha a certeza da felicidade dele no sorriso de resposta. até que a resposta se materializou. já tinha ensaiado o bom dia, já o tinha dito ao pai mais direitinho. No fim de semana, acordámos os três. Ele acordou e disse: não há leão, estaria a sonhar? não sei. o pai diz-lhe bom dia. ele diz: bô dia papá. Ficámos em êxtase, rimo-nos os dois, e ele percebeu e deu uma gargalhada sonora. Disse umas frases imperceptíveis para nós. O pai repete bom dia bebé, eu digo bom dia meu amor e ele diz bô dia mamã, ri-se. rimo-nos novamente, dizemos bons dias os dois, e ele volta a dizer agora seguido: bô dia mamã, bô dia mamã. E logo a seguir pede para ver bonecos. Foi mágico, digo-vos. Cresceu perante os meus olhos, de repente tenho um menino e não um bebé. Acordámos tarde, e ele pediu para ver os bonecos ao domingo de manhã. O cliché é mesmo verdade, o tempo passa mesmo rápido. 15 meses tão bons.