Crónicas do meu ex-senhorio #2
Depois da bela notícia de que o naldinho é meu vizinho, chegou a hora da inspecção da instalação de gás.
Surprise, surprise, uma das bocas de gás está selada devido a uma fuga, que não está resolvida.
Tem que se pagar nova deslocação, além da óbvia e indispensável reparação.
Chamado o senhorio, estava resolvidíssimo, eu que ligasse para a empresa que fez aquilo, e que tem garantia e que até colocou grelha na porta da cozinha e da lavandaria para minimizar o risco, mas que lhe garantiram que estava bem. Muito discurso de artistinha, a achar que a suposta eloquência faria com que assumisse responsabilidades que não são minhas.
Eu?!
Portanto, eu ligo, eu pago?
Não.
Hell, no.
Eu não pago nem ligo para ninguém, eu sou inquilina, paguei uma inspecção ao gás e não pago rigorosamente mais nada, já que o senhor é vizinho, sobe e paga a inspecção, e liga a quem contratou para fazer o serviço. Se a casa não estiver habitável e tiver uma fuga, acaba-se o contrato já aqui.
Não estava a contar, fez, contrariado. Achava que agora o dinheiro entrava e não tinha responsabilidade. Era bom.
Para terem uma ideia da manutenção brilhante que fazia à casa, além das paredes estarem a gritar por uma pintura, todas, repito, todas as divisões tinham uma tomada queimada.
Pedimos a substituição, substituiu meia dúzia e deixou os espelhos de mais duas, que deve ter-se cansado com a empreitada.
Os problemas eléctricos, apesar de ligeiros, pesaram na decisão de sair dali, uma das tomadas quase me avariou o aspirador. O aquecimento da água era por cilindro, o que pesava na conta.
A lareira. Uma das coisas que me atraiu foi a existência da lareira. Que não aquecia a sala, uma vez que era enorme, muito devido à falta de manutenção, estava com pouca circulação de ar e precisava de limpeza. Que o naldinho não fez.