Crónicas do meu ex-senhorio
Vou trazer-vos aqui as muitas pérolas que guardei da minha última casa e do seu super senhorio. O naldo, vamos chamá-lo assim era o "típico tuga" espertalhaço, que ninguém o "comia por lorpa" e que era um artistinha. Claro que não vi isto à partida senão não lhe tinha alugado a casa. Todo o processo foi tratado numa imobiliária.
O que nos cativou? Numa zona boa e central para o que pretendíamos, com supermercado, talho, bancos a meros metros, último andar, a casa era enorme, áreas brutais, sala de quase 40 metros quadrados, terraço de mais de 20, e no prédio mais alto das redondezas, o que nos permitia privacidade total no terraço, depois de instalado um cercado em caniço.
A decoração era pavorosa, quem ficou mais cativado até foi ele, porque eu fiquei um bocadinho apreensiva, o que me agradou mesmo foi ser último andar e não ouvir ruídos. Com dois quartos, o principal ainda tinha camilhas em seda salmão, e reposteiros, enquanto que o quarto da filha era absolutamente rosa choque, desde paredes, a cama, a decoração, sem falhar a televisão e portátil da hello kitty para uma miúda de 11 anos. O terraço estava povoado com mesas de café com mais ferrugem do que outra coisa.
O discurso foi, tenho outra casa e tenho de tomar conta da minha mãe, por isso estamos a alugar, vamos os três viver com ela para a ajudar. Decidimos a favor.
Primeira pergunta e condição essencial, pintura da casa. Tinha 18 anos e nunca tinha sido pintada, pelo que havia molduras a sujo, encardido de tudo o que estava naquela sala.
"Ah e tal pode pintar você que depois entrega-me a casa como for, em que cor quiser e tal."
"não, não tenho intenção nenhuma de pintar a não ser o quarto extra, portanto insisto em entregar-me a casa pintada de fresco"
"Acedeu, contrariado".
Primeira novidade
Além de meu senhorio, é meu vizinho! Foi viver com a mãe, que residia no mesmo prédio que nós mas no primeiro andar.
Os pais que estavam autónomos e saudáveis, inclusivé o pai ainda conduz e tem carro. Era para ajudar quem mesmo? Hummm