Encomenda para nervosinha
Estava eu de pijama e tocam à campainha. Encomenda. Toquei para abrir enquanto fazia contas de cabeça. Que encomendei eu? No estado em que está o meu cérebro hoje em dia, era bem possível ter esquecido, agora esqueço-me até de palavras. Lá pensava eu, que encomendei e já não me lembrava, se estivesse à espera de sair hoje tinha-me vestido e penteado, raios. Até pensei que ele me tivesse mandado comida. Juro que pensei. Estava com fome no momento, ainda não tinha lanchado. Chega o senhor ao meu andar, e entrega-me um ramo de flores com um cartão. E caiu a ficha. E a vergonha. Que ficou o homem a pensar, ele todo romântico e a gaja despenteada e de pijama. Fui-me vestir, claro. Há maior cliché no dia dos namorados? Não sei. Foi um cliché e eu AMEI. Foi de facto uma surpresa porque ele nunca me tinha dado flores neste dia e não tínhamos planos nenhuns. E o gesto foi lindo porque eu ia passar o dia a vegetar no sofá.