Nada como uma não- polémica, já nem vivemos sem elas
Estas não polémicas só existem na cabeça de quem se recusa a pensar no que está a fazer, por tradição e se recusa a aprender e respeitar a diferença. Há anos e anos que respeito crianças. Sou a primeira a liberta-las da ‘obrigação’ de me cumprimentarem. Filhos de família ou amigos, cujos pai dizem, vai dar um beijinho a: respondo logo não tens de dar, deixa estar e a criança escolhe se me dá um beijinho ou nao.
Fui uma criança qque não gostava de cumprimentar. Odiava cumprimentar estranhos e abominava cumprimentar seja quem fosse que me desse beijos repenicados, me agarrasse a cara e me enchesse de cuspo. Tenho memória de antes da primária e durante de arranjar desculpas para não o fazer. Meter-me na casa de banho para evitar visitas, passar a correr e mesmo meter-me debaixo de mesas recusando-me a sair. Esta impressão seguiu-me anos. Durante a adolescência nem amigos cumprimentava de beijo, fazia disso brincadeira e toda a gente já o sabia. Talvez por isso não faça o mesmo a nenhuma criança. Quem me conhece são os pais e não são obrigados a virem dar-me beijos. Tanto queremos ensinar para se ter cuidados com estranhos, e depois olha ali um estranho, chama-se x, vai lá abraçar e dar beijo. Nao. Têm mais do que tempo para estas normas sociais.
Somos um país beijoqueiro e que lhe custa respeitar a diferença. Não vejo polémica nenhuma em não se obrigar uma criança a cumprimentar. Aliás pensem: obrigar. Está tudo dito.
Ja tenho um filho e nunca o obriguei a ir a colo de ninguém. Ele se quiser pede e vai, já o fez . Não é um charro para ser passado de pessoa em pessoa.
Ha um meio termo entre as crianças serem bonecos sem direitos e estas coisas new age em que não se diz nunca que não ao rebento.