O parto
Dia de consulta das 40 semanas. Fim de tempo. Lá fui à consulta, mum momento em que as viagens de carro se tinham tornado em tortura terrível, tinha de fazer a viagem quase deitada e mesmo assim com dor de costas e ciática, mais o desconforto de estar de barriga para cima. Nas últimas três semanas todo o povo estava cheio de pressa, apostas, insistências parvas: tens de andar a pé, muito! Come picante! Sobe escadas! Pessoas, muito menos, vocês têm pressa, mas o filho é meu e eu não tenho pressa absolutamente nenhuma,o bebé está bem, consigo viver com o desconforto e nem sequer estou em condições para caminhar sozinha, numa das vezes que fui tomar o pequeno almoço ia correndo mal. Mais: uma gravidez de termo são 40 semanas, o bebé fica mais forte a cada semana, por isso não tinha pressa. Continuando, dia de consulta, tudo como devia, uma dilatação mínima e uma tortura da médica, com o seu toque; combinamos nova visita depois do s. João se não entrasse em trabalho de parto. Vim para casa, e tive este pequeno encontro. Comecei a jantar e começaram as dores. Com intervalos regulares. Achei que tinha rebentado a bolsa amniotica, tomei um banho e fui para a urgência. Chegada à urgência lá fui fazer o ctg sozinha, com ele em stress do lado de fora. Resultado: vamos lá para a sala de parto, a adrenalina no máximo. As contracções apertaram ainda mais, de 7 em 7 minutos, tornando-se muito mas muito dolorosas. Onde está a anestesista com a epidural? Uma a dar anestesia a uma mãe em trabalho de parto que foi prioridade porque tinha dois filhos e se previa um parto mais rápido. A outra anestesista? A outra anestesista foi chamada de urgência e teve de acompanhar um doente numa transferência.
(mais sobre o parto no próximo post)