Olá 2018, olá pessoas
Muitas saudades minhas? Eu sei que não, mas uma pessoa pode sonhar. Como vos disse fiz uma pausa, mas uma pausa à séria, e não daquela da praxe em modo olhem para mim e peçam para eu continuar a escrever no Blog. Tive muito/pouco, interessante /desinteressante a dizer, o mesmo no fundo, é sempre subjectivo. O mais importante da minha vida, o meu filho. Continua a recuperar felizmente, os cuidados são mínimos mas ainda é uma preocupação naturalmente. Tenho a felicidade de ter o melhor filho do mundo que continua um fofo, e um esperto. A estadia no hospital acabou por lhe acelerar alguns desenvolvimentos, estragando o sono e a dependência de mim. Mas ele merece tudo e foi um herói, tudo o resto não interessa. Quanto a mim, suportei tudo e mantive a normalidade por ele e não cedi ao desespero. O espírito suportou, o corpo deu sinais. Borbulhas, erupções. Como consegui? Não sei. Sou uma pessoa muito forte. Não é auto elogio, acreditem. Não me traz nada de bom ser assim. As pessoas acabam por achar que não sinto, ou sou de ferro. Acabam por se dar a liberdades que não se dariam se eu desatasse a chorar ou me atirasse para um cama, ou me queixasse ou não mantivesse o sorriso e o sarcasmo. É-me muito mais fácil lutar, reclamar, ironizar, andar para a frente, pensar num próximo passo do que me vulnerabilizar e chorar, e me abater. Fui sempre assim. Com certeza pela minha história de vida, comecei a perder cedo e sempre encarei com a naturalidade possível. Eu sinto as coisas. Mas neste momento em particular se me fosse abaixo, vinha a casa comigo. E o meu pequeno não iria lidar com uma mãe em desespero, não lhe conseguiria fazer isso. Por isso me irritou recentemente a entrada em desespero total de família porque os mais velhos, nas casa dos noventa terem tido um episódio que nem foi nada, nem doença sequer e foi ali uma espiral que me levou a dar nas orelhas publicamente como nunca tinha feito. Problemas a sério, relativizem por favor. Não tenho avós há mais de década, uma nem conheci porque faleceu até com filhos por criar. E lá em minha casa, nos últimos três anos vamos agora para a quarta cirurgia: cancro próstata com radioterapia, prótese joelho, anca e agora cancro cordas vocais, isto antes dos 70 anos, e tem 100 kg, diabetes e dieta façam vocês, e agora numa altura em que não posso ajudar tanto, já na rádio não pude transportar porque estava grávida de risco, o que ainda pesa mais à minha mãe, que trabalha a tempo inteiro e tem os seus problemas de saúde agravados por cuidar de quem não cuida de si próprio. É assim, que eu sou frontal, racional, não deixo de gostar, não deixa de me custar, não deixo de ficar enternecida com ver como fica com o neto mas chateia-me. Bom, o natal foi muito bom, a criança foi um sucesso, bem disposto como só ele, palrar, rir, muitas prendinhas de tanta gente que me emocionou, uns avós babados de ambos os lados, aliás toda a família. Uma passagem de ano com os amigos de sempre, e o filho de uma amiga que é um safadito e bate imenso nas primas mas que adorou o meu filho, imensos, imensos beijinhos nele, chorava e ele corria para o meu filho para o consolar mesmo giro de se ver. E pronto, um balanço claramente positivo de 2017, com muita ansiedade, muitos pequenos problemas, mas com um bebé que superou todas e quaisquer expectativas, o bebé que me escolheu, e que culminou um processo que começou em 2014 e que valeu todas as dificuldades. 2017 teve muita coisa mas tenho que me esforçar para pensar porque 2017 é o meu filho, está marcado em nós, e foi um ano muito bom. 2018 por favor sê bondoso para nós.