Relativamente ao dia da mulher
E dos iluminados que ano após ano continuam a achar uma frivolidade. Não quero cá prendas nem flores.
Por demasiados anos foi negado o ensino superior às mulheres, foram-lhe roubados feitos académicos com base no género.
Bastava que a igualdade de género fosse uma realidade no mundo todo.
Que não houvesse mutilação genital. Em Portugal há mutilação genital.
Que não houvesse diferença nos direitos e deveres com base no género.
Que não houvesse diferença entre ordenados com base no género.
Que não houvesse diferenças de papéis e expectativas, que não se moldassem competências com base apenas no género. Que os brinquedos para mulheres não fossem apenas ligados a afazeres domésticos, ainda me confunde a insistência nisso. Claro que os miúdos gostam, acabam por gostar do que lhes é dado. É promover desenvolvimento diferenciado de competências, os meninos desenvolvem criativavidade, aventura e competências motoras e as meninas sentido maternal e de lida da casa. E eu brinquei com essas coisas, mas brinquei com carros, e pratiquei desportos e como tal fui apelidada de Maria rapaz. Porque ser boa a desporto é gostar de desporto não era de mim esperado. Os meninos não choram, outro esteótipo desnecessário. Eu sou menina e muito dificilmente choro.
Que se se acabe com a responsabilização da mulher vítima de crime sexual. Que se acabe com as burkas e abayas que responsabilizam apenas a mulher nas relações interpessoais com homens.
Que em todo o mundo as mulheres pudessem escolher estudar, casar, votar, conduzir carros, viajar sozinhas, ter direitos iguais sobre os filhos.