Depois de ver o meu senhorio de pijama e chinelos de quarto na garagem e de me cruzar com isto no elevador, o que se segue? Bater à porta da res idência, atender a mãe que estava a cozinhar claro, chamar o filho que vem falar comigo em tronco nu! Que visão do inferno, plamordedeus, que fiz eu de mal nesta vida para ver aquilo? Começaram a tocar-nos à porta bastastes pessoas a perguntar por ele, que deve ter-se esquecido de dar a nova morada aos credores. Até que nos tocam à campainha do tribunal mesmo. Fantástico. O meu namorado cruza-se com ele no corredor, tranquilo da vida ainda pede para não divulgarmos a morada nova. Não o perturbou minimamente ter tribunal, bancos e pessoas atrás dele. Nadinha, sempre a fumar o seu cigarro nas imediações do prédio, sem uma ruga de preocupação no rosto. Nesta mesma altura, mudou o número de telenovelas e veio com uma historieta muito bonita de ter cancelado a conta bancária. Tretas, na fase inicial porque veio dizer-me já nós tínhamos transferido naquele mês e não tinha sido devolvido. Pediu-nos o favor de pagarmos em dinheiro. Acedemos, e se soubesse o que sei hoje não lhe tinha facilitado nada a vida. Lá fui eu pagar durante uns meses a renda em dinheiro, tinha sempre o recibo pronto que dava na hora, senão nem pagava nadinha. O mal disto? Atendia sempre a porta em tronco nu, credo em cruz, onde lhe ficou a educação?? Uma ou duas vezes vinha a mãe entregar-lhe uma camisa à porta, a única ciente da figurinha que estava ali a acontecer. Até que disse ao meu namorado, não pago mais a renda, a partir de agora vais sempre lá tu.
Pois é, a família do naldo teimava em crescer como minha vizinha. Não bastava ele, a mulher e a filha terem ido viver com os pais, chegado novo membro à casa... O irmão dele também foi para lá viver. Coitados daqueles pais.
Os dois irmãos eram muito parecidos. Não raras vezes perto da entrada do prédio a fumar, aparentemente sem uma única preocupação na vida. Quem fazia a limpeza do prédio era a minha senhoria e esposa dele, e nela sim, se notava uma certa vergonha nisso. Simpática, mas remetia toda e qualquer pergunta ao marido, parecia esconder-se atrás dele e não tomar parte em decisão nenhuma.
A porta da garagem obrigou-me a armar-me em MacGyver, avariou quando estava a sair para trabalhar, e o mecanismo manual era do mais estúpido. Tinha de puxar-se uma alavanca no lado oposto de onde, ao mesmo tempo, se empurrava a porta. Lá consegui pendurar a minha carteir, e que sorte carteiras de mulher estarem sempre a abarrotar, e lá consegui.
Este foi a derradeira avaria, e quando voltei tinha um papel colado a avisar onde os moradores se deviam dirigir para adquirir novo comando e o preço de 25 euros. Lá me dirigi a casa dos pais do senhor, que estavam a cozinhar para o regimento que ocupava a casa e deixei recado porque ele não estava.
"Quando tiver oportunidade, mas o mais cedo possível, pode deixar-nos o novo comando"
Agora seria boa altura para deixar registado o número absurdo de cartas de bancos que continuavamos a receber no nosso correio.
N: Sobe e toca-nos à porta. Ah e tal, o comando são 25 euros, já viu em minha casa são três, não posso pagar isso. Vá lá ao condomínio falar com o senhor e tratar do comando.
Neste momento estava na cozinha a tratar do jantar e quem falou foi ele: Não. Não vou a lado nenhum. Com quem eu tenho de falar é com o senhor e está falado. Quando tiver o comando, faça o favor de nos entregar.
N: É muito caro, não posso, vá lá falar com eles, até porque 25 euros é muito dinheiro. Veja lá isso então, vá lá falar e pedir o novo.
Quando ouvi isto larguei o que estava a fazer e juntei-me para ficar mais claro: Ouça, nós não pagamos, não fazemos parte do condomínio e não tratamos de nada. A legislação é bem clara, a garagem não é nossa e nós alugamos a casa com acesso à garagem.
N: Ah, olhem então dão-me por favor o vosso comando e eu vou lá falar.
Tudo tirado a ferros, em 36 horas já tínhamos o comando novo.
De notar que nesta casa actual também trocaram o portão da garagem mas tinham lá em baixo a equipa que me forneceu na hora o comando novo, e como é óbvio ninguém falou em custos.
Adiante e por falar em garagem. Visão do demo primeiro na garagem e depois no elevador, Naldo, com sua pança de gravidez em fim de tempo, em pijama antigo, horroroso, de calções fininho, a lembrar cetim talvez, e chinelos de quarto, claro com a sua pança marota a espreitar no fim da camisola que se provou insuficiente. E gostaria de vos dizer que esta foi a imagem mais deprimente que eu vi dele. Oh como eu gostava. Numa próxima crónica vos contarei.
Partilho do mesmo sentimento; a primeira vez que a...
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