Vi a notícia logo nas primeiras horas. Logo com o rótulo terrorismo. Estava com Ele e disse: para chamarem terrorismo, foi uma minoria. Ganhasse eu dinheiro quando acerto. E já agora que elas não existissem para começo de conversa. Columbine: não chamaram terrorismo. E os vários tiroteios que se seguiram em escolas: palavra terrorismo ausente. Cristão entra numa clínica, onde TAMBÉM se praticam abortos e mata indiscriminadamente funcionários e utentes estando ou não no processo legal de requerer um aborto: nem terrorismo nem fanatismo religioso, nem cristão radical.
Este ano, que está a meio já conheceu 29 disparos acidentais com armas. Crianças de dois e três anos a matar acidentalmente.
Os media estão a usar isto em todos os ângulos possíveis menos o mais racional. A política. A verborreia do Trump, a culpa é do Obama. Então a culpa do 9/11 foi do Bush. No Daily Show a melhor analogia. No 9/11 usaram aviões, resultado: regras mais apertadas em aviões.
As armas. O gajo comprou LEGALMENTE uma arma semi-automática. Parece um filme. Muito gostam de citar a 2 emenda, e o direito divino a ter armas. Divino? A sério? Quando foi escrito não havia armas destas.
Até se recusam a reconhecer a homofobia que o motivou. Foi numa discoteca gay.
Deus pra cá, Deus pra lá. A religião motivou e motiva ainda crime. O porquê continua a escapar-me. Foram homens que escreveram os livros, foram homens que num dado contexto socio-cultural há milhares de anos na maior parte dos casos impuseram regras que estão a ser interpretadas hoje e poderão estar ou não de acordo com a interpretação dos factos vivenciados ou ainda contados por outra pessoa ainda. Loucura.
Hoje com os acontecimento fui pensando muito nisto. Vários pensamentos desconexos que não formavam um texto. Vi nas palavras da Marisa Matias o que pensava:
CARTA DE BRUXELAS Escrevo de Bruxelas, onde hoje ocorreram atentados terroristas hediondos. Perdoem-me a crueza das palavras, mas escrevo de Bruxelas como tenho escrito de tantos lugares onde todos os dias morrem pessoas vítimas do terrorismo. Sim, todos os dias morrem pessoas vítimas de terrorismo. E, sim, tenho estado e tenho escrito de muitos desses sítios. Ainda no Domingo estava em Piréus, na Grécia, onde continuavam a chegar refugiados que fugiam do terrorismo e da guerra. Nesse Domingo morreram quatro crianças. Ainda há duas semanas outro destes hediondos atentados aconteceu em Bagdad, ninguém deu por isso. Hoje foi diferente? Foi. Não o nego. Como foi diferente Paris. Mas a única diferença é ter sido em lugares onde estão pessoas que amo. Precisamos desesperadamente que elas nos digam que estão bem para aliviar o coração. Estava a sair de casa para uma reunião e precisei de saber com urgência se “os meus” estavam bem. Se a E. ainda estava em casa ou já estava no aeroporto com os miúdos, se as restantes estavam bem, se os meus amigos estavam bem. O M. usou um grupo privado do facebook para comunicarmos e assim fomos fazendo ao longo do dia. Foi também diferente porque recebi mensagens dos que amo e que estão em casa, esse imenso e enorme conforto que é sabermos que gostam de nós. Mas não quero ser hipócrita, de cada vez que estou num lugar onde vejo morrer ou ouço falar de mortes de quem tudo perdeu, incluindo os seus, penso que também têm pessoas a quem fazem falta, também têm vida, também estavam a tentar fazer a sua vida normal até ser completamente destruída. Estou cansada do tratamento desigual. Estou farta de sermos mais importantes do que os outros. Estes atentados não estão a acontecer só em cidades europeias. Há um mundo inteiro que está a ser apagado da fotografia e nós não podemos deixar que isso aconteça. De cada vez que deixamos vai-se um bocadinho mais da nossa humanidade. A meio da manhã saí para ir comprar comida para podermos juntar-nos todos em casa. À tarde voltei ao Parlamento. A cidade quase deserta, as poucas pessoas cabisbaixas e um arsenal de segurança e armamento a toda a volta. Ouvir os líderes europeus é já quase um acto de desespero. É feio usar a morte aleatória e insuportável de pessoas como nós – sejam de Bruxelas, de Bagdad ou de Beirute – para acicatar o medo, para alimentar a xenofobia, para defender uma suposta superioridade. Mistura-se terrorismo com imigração e com refugiados. Fazem de nós parvos, dizem que a resposta está numa sociedade ainda mais vigiada e ainda mais securitária. Foi isso que fizeram nos últimos anos e não evitaram um único atentado. Estou farta de que finjam que não percebem o monstro que estão a alimentar. O comportamento recente das grandes potências mundiais face ao terrorismo é de uma dualidade atroz. Quando acontece uma tragédia como estas dizem sempre que vamos estar todos unidos no combate. Mentira, continuaremos separados. Continuaremos de olhos fechados aos milhões que alguns países lucram com o armamento, às medalhas de honra e outros prémios a príncipes sauditas, a acordos vergonhosos com líderes que continuam a fazer jogo duplo e a alimentar o terrorismo, à compra de crude extraído nos poços ocupados pelos terroristas porque o negócio vale a pena. O terrorismo não tem fronteiras, mas só existe e se expande porque está bem de saúde em termos financeiros. Hoje em Bruxelas a solidariedade que os líderes europeus teimam em liquidar fez-se sentir nas pessoas, nos taxistas que disponibilizaram gratuitamente os táxis para quem precisou, nas mensagens, nas pessoas que correram para acudir aos feridos, nas pessoas que começaram a encher o chão de mensagens escritas a giz. Continuar a jogar o jogo do medo nada fará para terminar com o terrorismo. É do medo que ele se alimenta. Não é de uma guerra de civilizações que estamos a falar. E, sim, repudio este ataque em Bruxelas e dói-me cada uma das mortes.
Mas as fotos de perfil, as fotos de perfil é que são importantes... Quem nos faz crer isso são os meios de comunicação social e o próprio facebook. Precisamos de mais e melhor esclarecimento de como é porque se passam as coisas.
É sempre dinheiro, sempre. Como no caso da al quaeda que foi financiada pelos EUA, até decidir morder a mão que os alimentava. Dinheiro. Petróleo, petróleo, petróleo.
Mudaríamos todos os dias, a todas as horas, se a comunicação social desse a mesma importância a todas as atrocidades...
ainda bem que a internet é um mundo e conseguimos sempre uma melhor ilustração do que pensamos.
Como é óbvio não condeno quem decide mudar a foto de perfil. Desconheço os mais variados motivos por que o fazem. O que acho é que é inútil para a sociedade em geral. Produz efeitos apenas para quem o faz individualmente, seja por que motivo for, paz de espírito, exprimir uma opinião, sentimento de pertença...
Não parece ter nada a ver, pois não? É porque não tem mesmo.
Não, não mudei a foto de perfil para as cores da bandeira francesa. Como não fui Charlie o ano passado. E porque vou escolher não tomar parte em coisas inúteis. Colocar uma foto de perfil que me demora 2 segundos a fazer não significa nada. A semana passada ou esta foram executadas 200 crianças, onde esteve o movimento do Facebook?
Em que ajuda exatamente mudar uma foto de perfil? Significa alguma reflexão crítica? Para muito poucos.
Ajudar? É ser dador de sangue, é acorrer aos necessitados, é fazer o que os parisienses fizeram, abrir as portas e ir ajudar. Não é mudar fotos de perfis. O mundo é lindo no Facebook, toda a gente é correta, solidária, humana. Vou viver para o facebook.
Claro que já vieram a lume que foram refugiados os executantes. Como se encontrou logo o passaporte do terrorista nos escombros do 11 de Setembro. Acaba por servir os interesses que se maltrate refugiados que por sua vez são mais facilmente recrutados para essas coisas porque foram alvo de xenofobia. E isto não quer dizer que não tenham conseguido passar terroristas no meio dos refugiados.
Mas no 11 de setembro não tinha ocorrido previamente nenhuma migração em massa e as torres caíram na mesma.
Partilho do mesmo sentimento; a primeira vez que a...
As imagens apresentadas no blog são na sua maioria retiradas da internet, se as fotos lhe pertencem e/ou têm direitos de cedência de imagem, por favor envie um email que eu retiro. nervosomiudinho@sapo.pt