Patrocínio e Capazes: ou cada tiro, cada melro
O não assunto do dia foi alvo de um texto na plataforma capazes. O texto, arrogante, com um tom sobranceiro teve como intuito defender a Carolina Patrocínio. Ora, a mulher é grandinha, não me parece que precisa que ninguém a defenda, tem muitos canais, e muito "canal" à disposição. Aliás, usa muito bem as polémicas que cria e não parece lidar nada mal com isso. De facto, quer-me parecer que sabe o "buzz" que vai criar. A pose forçada, para mostrar o corpo definido é comum, nalguma medida todas nós tentamos escolher poses que nos favoreçam. Já os acessórios devem ter sido no pós porque é uma pessoa informada, deve saber, e quem não sabe fica já a saber, há dois problemas com os acessórios: o controlo de infecção, a sala de partos não é um bloco, mas tem requisitos diferentes de um internamento (que tem alguns também), e o facto de ser uma situação com desfecho desconhecido. Se tiver de ser transferida para o bloco, para cesariana, ou mesmo que na hora tenha uma complicação e se tenha de desfibrilhar, ou usar bisturi eléctrico, é um stress para os profissionais estarem a tirar acessórios da parturiente. Era só esclarecer que tudo foi colocado no pós, e a polémica resolvia-se sozinha, até para informar, porque ela tem um alcance enorme e como esclarece acerca de tanta coisa, esta parece-me importante.
Já o texto das Capazes, está tão mau, mas tão mau. Para defender alguém que não precisa de defesa, insulta umas centenas de milhares de mulheres. Fala do parto como se o que se passa seja tudo resultante da escolha das parturientes. Como se alguém que fica com ar de cadáver tenha escolhido estar às vezes 24 horas em parto latente e tenha sofrido complicações que a puseram em risco a ela e ao bebé. Ó alma ignorante há mulheres, muitas, infelizmente que morrem no parto! É preciso ser muito burro. Para não dizer pior, claro. Ou parecer um peixe balão, como se estar a soro, deitada, por várias horas em trabalho de parto seja escolha da mulher. Estar como um peixe balão, não quer só dizer estar gorda, pessoa estúpida. Ainda trata as pessoas por plebe. Porque claro, a Carolina é suposto ser realeza. Tão tacanho que até dói. Esta plataforma tem os dias contados, não tem nada a ver com feminismo, e igualdade. Porque um texto destes disponível é só um ataque a tudo isto, ao senso comum, até à gramática e sintaxe.
PS: A única polémica mesmo é ela sentar-se numa bicicleta uns dias depois do parto, eu andei uma boa semana que até andar de carro era um suplício.