Bom, não há notícia sobre o estado do país, sobre corrupção ou política em que alguém não mencione o saudoso Salazar, como não era nada assim, ou precisávamos dum agora. A manipulação da informação, censura, mentiras a circular, estão vivas e de boa saúde. Fomos bombardeados com actualizações ao minuto das manifestações dos privados, com títulos de primeira página e números empolados, praticamente fruto de uma ilusão jornalística. No meu Feed de facebook li à exaustão supostos 40 mil na manifestação dos colégios privados. A sociedade saiu à rua, em números superiores ao dobro dos que moveram as tristes camisas amarelas, e quase nada. cerca de duas mil, alguns milhares: foram os títulos. Movimento pela defesa da escola privada encheu as ruas do Porto? Quais ruas? Encher a Rua de Santa Catarina de início a fim, ou do Bonjardim é obra, encher a Rua Ramalho Ortigão nem por isso. Quantos, afinal?
Onde está a isenção? Não é isso um jornal? Informar de forma fiel o que se passa quer concordem ou não? Depois teriam os artigos de opinião e aí sim podem analisar e dizer o que quiserem. Do pequeno almoço do Ronaldo toda a gente tem de saber. E das contas e continhas que a seleção tem, invariavelmente, de fazer a cada competição. Estou farta do que temos como informação.
(Fotografias retiradas da página "os truques da imprensa portuguesa")
E senti vergonha alheia. Instrumentalizar as crianças para uma manifestação. A igreja ter-se aliado aos colégios. Os cravos amarelos. Já passou realmente muito tempo desde a ditadura, demasiado, para se apropriarem de um símbolo, e quererem comparar o incomparável. A demonstração de ginástica(?) ridícula. E de repente tudo fez sentido. Diz uma professora: Somos uma minoria. Mas somos uma minoria de excelência (não quero colocar-lhe palavras na boca e não tenho a certeza se disse elite).
Aqui reside todo o seu argumento que se esgota nele próprio. Acham-se "mais". São "mais", mas com o dinheiro de todos.
Tantas manifestações houve nos últimos quatro anos, mal chegavam à comunicação social. Estas têm cobertura total ao minuto, com números inflacionados. A informação em Portugal nem esse nome merece.
Não se passa um dia sem o choradinho. Já não há paciência. Manifestações cuidadosamente orquestradas, até aqui se vê os fundos exagerados que os mantinham. Tudo a condizer, e nada de faixas pintadas à mão. A desinformação que reina nos meios de comunicação também chateia, os títulos sensacionalistas. "Colégios impedidos de abrir turmas" : mentira. Ninguém está a impedir os meninos de frequentarem colégios privados, de abrirem 50 mil turmas. Têm é de pagar essa escolha. A medida só peca por tardia. Estamos a sofrer com a austeridade há anos. As escolas públicas têm cortes há anos. Antes de se cortar no ensino público, estes contratos deveriam ter sido revistos. Estas manifestações fazem-me lembrar miúdos mimados a fazer birra. Deitados no chão a espernear porque lhe negaram um brinquedo em específico com um quarto cheio de brinquedos novos. Um tal drama que faz esquecer que já tem coisas a mais, quem o ouve fica com a sensação que estão a fazer uma crueldade ao menino.
Partilho do mesmo sentimento; a primeira vez que a...
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