O papel da mulher na vida é a propagação da espécie. é simples. Para quem está à procura de significado na vida, espero ter ajudado. A biologia é simples, obrigatória, cabra. A sociedade relembra-nos de uma forma sistemática. Podemos evoluir o que quisermos, pedir, exigir, lutar pela igualdade, que o lembrete mais pontual vem de dentro de nós. Carreira, desporto, voluntariado, são hobbies querida. Se assim não fosse a menstruação não era desta forma. Estes ciclos mensais são um desespero. Todos os meses somos lembradas que não estamos a cumprir o papel biológico sob a forma de dor e de sangue. Já estava de na altura de a mãe natureza se actualizar e deixar de ser uma madrasta cruel, em vez de libertar o inferno sobre nós, mandar uma mensagenzita pelo messenger, whatsapp, snapchat, twitter: então como estás? Não estás grávida, não sei se era isso que querias, o melhor é quando quiseres, ou se quiseres me avisares que estás pronta para desempenhar o teu papel no grande esquema das coisas.
Nunca gostei. Tem piorado. Ter carácter, e personalidade cansa. O mundo está para os relações públicas, para o marketing. Quem se sabe vender, tem a vida facilitada. Mas a troco de quê? Se vais vendendo pedaços de ti, o que fica? O locus externo está banalizado, a culpa é sempre externa, a auto-estima é externa e mendigada. Nada se faz que não é discutido em grupo, porque se a razão não está connosco, alguém como nós tem de estar, a vitimização. Credo! é possível ser-se feliz assim?
Estive esparramada no sofá a tarde toda. Não foi muito, tendo em conta que acordei e já passava da uma. Da perspectiva formal estive quietinha no sofá, na perspectiva macro, a terra roda sobre si própria, move-se à volta do Sol a 1600 km/h, o sistema solar move-se na galáxia, a via láctea está em movimento pelo universo, e o universo está a expandir-se, por isso bem vistas as coisas parada consegui mexer-me milhares de quilómetros.
Não vi o jogo. O futebol enfada-me como mais nada. Oh, que mudança, toda eu era jogos, saídas e amigos juntos com perfeitos estranhos em multidões a vibrar. Toda eu era desporto, anos passados de fato de treino e a jogar futebol nos intervalos das aulas. Para onde foste tu? Longe não andas que continuo a pagar as contas nesse mesmo nome, e não são poucas (ideia retirada de "An Idiot Abroad") Ontem irritou-me de sobremaneira os gritos por Portugal. Os únicos gritos pelo país, o patriotismo de algibeira está ligado por cordão umbilical ao futebol e este ano não lido bem com isso, sinto prurido ou algo preso debaixo das unhas. Confissão mais profunda: queria que tivessemos ficado pela fase de grupos e lá vamos nós às meias-finais, mais tormento ainda. Bruno Nogueira diz e assino por baixo, é preciso estar a perder para querer ganhar e nada é tão português como isso.
Às vezes tem horas. Que me vejo como outra pessoa, apática e desligada, em modo automático, pairando sobre mim, nada me interessa, tudo me irrita e nada me diverte, não vendo propósito em nada, esforçando para ver resultados do que faço. Outros dias há, em que estou absorta no que faço e digo, tudo corre demasiado rápido, não conseguindo o distanciamento necessário para analisar acções e portanto não faço ideia se fui amável, qual foram as expressões não verbais, se acompanharam na medida correcta. Não costumo perder-em em floreados, sou directa, e os floreados são necessários q.b. De certeza fui mais seca do que queria, a assertividade foge e pende para agressividade sem intenção.
Sinto que se me acabaram as coisas interessantes para dizer. Em vez de análises faço discursos claramente toldados pelas emoções, escritos a quente e pejados de palavrões que nada produzem. A facilidade com que acedo a esta plataforma e a rapidez com que escrevo umas frases desconexas promove estes desabafos. Caio em lugares-comuns com uma frequência maior do que me apraz admitir.
Partilho do mesmo sentimento; a primeira vez que a...
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