É um fenómeno engraçado. Surge mesmo quando a experiência anterior e todas as fibras do corpo nos indicam na direcção contrária. Quando julgamos que não há espaço para ela, o buraco de um alfinete é suficiente para se instalar e se sobrepor a tudo o resto. A gestão de expectativas é delicada. Alguns voltam-se para a experiência religiosa, o famoso milagre. Outros, sabendo que ciência e medicina lidam com fenómenos probabilísticos esperam ser o 1% ou 2%. A sensação quando não se é o 1% de sucesso inesperado mas não se é a outra percentagem de insucesso é uma felicidade incompleta, à conta da esperança. Deram-nos um gelado muito bom, mas só demos três ou quatro lambidelas antes de cair ao chão.
Perante a impotência da espera, e cientes de que a preocupação não adianta e a ansiedade prejudica quantos de nós têm força e determinação para não correr mentalmente os cenários possíveis. Insistindo estupidamente nos cenários piores, tremendo a cada indício, valorizando demais cada situação, analisando cada fio de cabelo. A esperança, anda de mão dada com a ansiedade, jogando um jogo e vendo a cada momento qual ganha, se a esperança impera durante o dia a ansiedade acorda com a cabeça na almofada. Será mesmo possível sacudir as más experiências e acreditar pia e completamente que desta vez o resultado será diferente? Feliz quem o consegue fazer.
Partilho do mesmo sentimento; a primeira vez que a...
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