Se eu dissesse tudo o que penso..
... a correr muito bem estava presa. A correr muito mal... Era quiçá assassinada.
Ora bom, mas porquê. Porque eu tenho pensamentos demasiado rápidos e demasiado sarcásticos, como se vivesse numa série de humor negro.
Começando, eu não pergunto, sugiro, pressiono a vida de ninguém. Gostava que me devolvessem o obséquio.
Nunca perguntei, então casamento, então filhos, então segundos filhos, não acho normal e não o faço, muito menos o faria em grupos alargados. Em conversas com amigos chegados, se as pessoas têm necessidade são elas que falam e aí sim ofereço uma palavra amiga. Loucura, hã?
Já vos falei um par ou mais de vezes na irritação que me provoca os amigos se acharem no direito de pedir filhos e casamentos a torto e a direito. Principalmente depois de explicado o porquê, mas não, as pessoas não querem saber de sentimentos alheios. E depois eu é que sou honesta demais ou desagradável.
Ontem, almoço e recebemos um convite para um casamento este ano. Claro que a conversa tinha de incluir o "e o vosso casamento". Depois de já termos dito que não estaria nos planos devido ao preço. E numa sala com dois divórcios. Como sempre a falarem na família x, e eu a lembrar que o meu nome nem é nem nunca seria o tal x. E nós desviámos, como sempre a conversa. E nem assim à enésima vez de desviar a conversa sobre filhos e casamento as pessoas percebem a dica do que é esfera do conhecimento alargado do que compete ao casal e ao casal apenas.
Com uma segunda pressão porque a primeira boca não chegou, este é o vosso convite, a roçar o awkward. Frente a frente para que ficasse ainda mais patente que há pressão. A minha vontade, foi perguntar, pois um casamento pago pelos pais como tu tiveste não é? Já agora está na altura do teu divórcio no papel, que isso está a tardar demais. É que estás separado há ano e meio e ela já refez a vida dela como sabe o facebook todo, em que é só fotos com beijinhos e contagem de tempo de namoro, que coincide com um bocadinho antes do fim oficial.