Não podemos permitir que o Islão defina a vestimenta das mulheres e lhes tire liberdade. Vai contra os nossos princípios ocidentais, aquela religião é fanática e cheia de regras.
Só princesas católicas podem usar branco quando visitam o papa e devem cobrir a cabeça. O protocolo exige às restantes mulheres que se encontram com o papa que usem um vestido preto sem decote, com mangas compridas e uma mantilha preta na cabeça.
Relacionado com o Post anterior e com a onda de indignação gerada por uma afirmação mais do que lógica, leio está notícia. Há centenas destes casos. Há imensos países que foram confrontados comeste tipo de escândalos. Padres pedófilos, abuso de poder por parte de padres, encobrimento e impunidade dos padres na igreja católica. Tudo isso, OK, não há indignação contra a igreja, não lhes são retirados benefícios fiscais, pena de prisão nem vê-la. Continua a chamar se padres para discussões como interrupção voluntária da gravidez, eutanásia e sei bem mais o quê. Mas dizer que uma mulher casada não continuou virgem motiva ameaças de morte. Tudo certo.
Uma freira espanhola, num programa de televisão, colocou em causa a virgindade de Maria. Afirmou que José e Maria era um casal (casado) normal. De alguma forma isto foi um choque tremendo e causou indignação generalizada. Tanta que foi advertida publicamente pelo bispo, há petição para ser deposta e sofreu várias ameaças de morte. Mas então não eram os muçulmanos que eram radicais?
As pessoas têm direito a voz, opinião. Lembro-me disto muitas vezes. Até ler comentários na Internet. Até ler que a terra é plana, e que a evolução não foi provada e que apenas é uma teoria e que a bíblia explica tudo. O direito à opinião não se pode explicar assim. Eu não tenho direito a achar que é válido vomitar ignorância e ignorar a ciência e o conhecimento e dizer mas eu acho que os aviões voam por magia e a minha opinião é tão válida como as experiências e saber aeronáutico e pronto vamos concordar em discordar. Tenho muita dificuldade em lidar com isto. Assusta-me esta ignorância arrogante. Há pouco tempo, à conta da actualidade vi o filme Idiocracy, um dia vai passar da seção de paródia nonsense para documentário ou previsão premonitória. A religião, todas elas, entre todas as guerras e perseguições que fizeram, motivaram e ainda motivam fazem mais mal do que bem. É uma medição difícil, mas acredito mesmo nisto. Os textos foram escritos por pessoas, para controlar pessoas por poder e dinheiro. Achar que o que lá está escrito é peremptório e factual é tão mas tão errado e tão mas tão comum...
Se organizo pensamentos. Percebo o medo do extremismo religioso, da perda de identidade cultural, e a rejeição de certos comportamentos e ideais. Principalmente os que atentam sobre a liberdade. Não aceito nem acho que se deva aceitar Sharia ou pedidos de adaptação de religiões e costumes no país de entrada. Ao emigrar ou pedir refúgio têm de ver se se adaptarão aos costumes, uma vez que a liberdade religiosa e liberdade em geral temos (ou tínhamos). Mas a xenofobia, estas humilhações públicas o que fazem? Permitem mais facilmente a radicalização. Que é exactamente o propósito dos ataques terroristas. Não é matar muitos. é criar o medo, instigar a xenofobia e recrutar massivamente para uma causa. E com aplausos e "vai para a tua terra" a uma mulher obrigada a despir-se numa praia é o que acontece.
É um fenómeno engraçado. Surge mesmo quando a experiência anterior e todas as fibras do corpo nos indicam na direcção contrária. Quando julgamos que não há espaço para ela, o buraco de um alfinete é suficiente para se instalar e se sobrepor a tudo o resto. A gestão de expectativas é delicada. Alguns voltam-se para a experiência religiosa, o famoso milagre. Outros, sabendo que ciência e medicina lidam com fenómenos probabilísticos esperam ser o 1% ou 2%. A sensação quando não se é o 1% de sucesso inesperado mas não se é a outra percentagem de insucesso é uma felicidade incompleta, à conta da esperança. Deram-nos um gelado muito bom, mas só demos três ou quatro lambidelas antes de cair ao chão.
Tenho uma questão a colocar ao mundo virtual. Qual a utilidade da merda do sino da igreja?
Que vá tocar à **** *** * *****.
Em pleno século XXI, para que serve o sino???
Ora vejamos: os putos de 4 anos têm i phone.
Os adolescentes nem sabem que há vida para além do smartphone.
Os adultos têm smartphones para partilhar posts inspiracionais e frases esquisitas do facebook e dizer: Mesmo; Isto sou tão eu; Concordo; Tenho tão mau feitio.
As pessoas de meia idade têm smartphone para ir comentar as fotos dos sobrinhos, dos sobrinhos netos, dos netos todas. Como se não bastasse, ainda ostentam toques de telemóvel deveras awkward, normalmente kizombas ou um house manhoso.
Os velhotes têm todos telemóvel, daqueles de teclas gigantes e toques polifónicos a lembrar os saudosos anos 90.
Portanto TODA a gente sabe as horas. Para que toca aquela merda às horas certas e às meias-horas??? Todos os dias. Porquê, pessoas? Porquê? Depois toca como se o mundo fosse acabar para a missa? Mas é coacção? Eu estou em casa e ouço o chamamento na fé sob a forma do sino? O raio da missa é sempre à mesma hora, portanto se eu quiser ir, simplesmente vou. Além da inutilidade, que só avisa quem viva a 500 metros da igreja. E toca, feito maluco, quando as pessoas batem a bota e casam? Para avisar? Não estou muito certa e tenho algum medo. Portanto aquilo toca para avisar. Eu que moro aqui ao lado e como uma boa cristã (e um cristão não tem medo - apanhados TVI) vou lá ver se conheço quem está lá estendido ou quem está a casar??? Na páscoa então, foi todo um festim daquilo a tocar incessantemente. Não sei se era bem a festejar, ou a tentar ressuscitá-Lo à força. Dou-vos uma ideia e nem têm que me dar crédito. Para cada missa e demais acontecimentos criam um evento no facebook e deixam-me dormir. Boa?
a Páscoa fez-me retirar este texto do baú. Estou aqui em planos maquiavélicos de ir feita ninja estourar o sino da igreja.
Li este post e identifiquei-me bastante com o texto. Adoro história, vejo imensos documentários, consumo imenso sobre bíblia. Porquê? Lendo esta caixa de comentário é auto explicativo. Agora ateus não podem nem devem festejar o Natal. As pessoas são fundamentalistas no que lhes convém. Divórcio? Aceitam. Sexo pré-marital? Aceitam. Violação dos 10 mandamentos? Aceitam. Igreja todos os dias? Não é preciso. Praticar à letra o dar a outra face e amar o próximo? Meh, nem tanto. Coerência, precisa-se. Mas depois acham que a bíblia é um documento factual. A bíblia foi escrita centenas de anos depois dos acontecimentos e foram escolhidos alguns textos. A bíblia foi editada. Maria Madalena foi transformada de apóstolo e esposa de Jesus a prostituta posteriormente. Jesus não nasceu em Dezembro, foi uma forma de angariar mais crentes usando o festival da Saturnália pré-existente, e é por isso que se coloca um pinheiro dentro de casa. As histórias da Bíblia não são cristãs, foram apropriadas de contos já existentes, Épico de Gilgamesh, como a arca de Noé, entre outras. Toda a história de profeta nascido duma virgem é transversal a muitas religiões. O trabalho da ditadura foi excepcional, o terramoto de Lisboa foi a ira divina que o causou e o milagre de Fátima aconteceu.
As mesmas pessoas que se dizem super católicas e não querem que os ateus festejem o natal provavelmente estão contra a vinda de refugiados. E daqui por 15 dias estão a celebrar a fugida de um casal que fugiu para salvar o filho por nascer, precisou de abrigo numa terra que não era deles e o nascimento de um bebé do médio oriente.
Partilho do mesmo sentimento; a primeira vez que a...
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