Toda a verdade sobre o novo ano
Ou sobre as resoluções de ano novo. Embora tenhamos feito da passagem do ano um ritual, que nos permite ou då ilusão de fecho de um ciclo e abertura de um novo, nada muda magicamente com as badaladas. Nós agrupamos o tempo num ano, numa volta completa à nossa estrela, mas o que faz um ano mau? Um mau acontecimento, um mês muito mau? A partir de quantos meses mau o ano foi mau? Na passagem do ano, o que muda essencialmente é o calendário, porque as nossas mudanças interiores, mudanças de paradigma, de hábitos, são ténues e imperceptíveis diariamente. Vamos mudando e um dia acordamos outros. Essas mudanças são feitas de avanços e de recuos até que um dia o recuo já não altera os pequenos passos em frente dados até então. Por isso as pessoas em fevereiro desesperam e abandonam as resoluções. São frases bonitas e objectivos irrealistas na maior parte que contam com mudançaa drásticas que são difíceis de manter. Já as fiz muitas vezes, não com a mudança do ano, mas para mim própria, a partir de hoje não faço mais x, ou faço sempre y. E mantenho durante 15 dias ou um mês, até que falho uma vez e retrocedo nas resoluções. A luta é diária e ter dias nãos tem de ser esperado, dias nos quais nada de especial se passa mas nos assalta a falta de vontade ou desânimo. Nesses dias abraçamos o mau humor, recolhemos em casa, colocamos um carapuço, enrolamos no sofá e bebemos chá e não fazemos nada. No dia a seguir inspiramos fundo e voltamos a ver o objectivo, fisicamente ou idealizado na nossa cabeça e recomeçamos no ponto anterior à quebra.