Diz que hoje é o dia mais triste do ano. Eu acordei com uma dorzinha de cabeça chata e cheia de frio. Sonhei muito, e com coisas estúpidas, trabalho, sapatilhas e ser atacada, mas vá lá consegui bater nos dois gajos que me iam roubar. Ainda gostava de saber como medem estas coisas do dia mais triste do ano. Este é o dia em que a maior parte das resoluções de ano novo já falhou e se percebe que nada mudou, daí a deprè. Ora, não façam resoluções dantescas. Vocês são a pessoa com quem passam mais tempo, deviam conhecer-se mais ou menos. Fazer resoluções depois dumas copadas de vinho e de champanhe na passagem de ano são mais sonhos de bêbedo do que resoluções sérias e praticaveis. Eu nunca faria uma resolução do género: vou passar a ser uma pessoa zen, que não tenta consertar o que está mal e que não se chateia e que entra no trabalho à horinha faz o mínimo e sai, e que acorda as seis da manhã para fazer uma corrida e depois um mega pequeno almoço fit. Porquê? Porque se conseguisse um dia disto tudo já era um milagre maior do que Fátima. E resoluções em Janeiro que está um frio de rachar é só estúpido a não ser que as resoluções sejam filmes, pipocas e sofá. Tanto fazer resoluções peremptórias está mal como 17 dias depois já dar tudo como perdido e desistir é igualmente parvinho.
Quantos de vós já quebram mais de três resoluções? Quantas dietas já estão adiadas, bem, porque, err, ainda não começou propriamente o ano, há restos da passagem de ano, a lua não está favorável?
Ou sobre as resoluções de ano novo. Embora tenhamos feito da passagem do ano um ritual, que nos permite ou då ilusão de fecho de um ciclo e abertura de um novo, nada muda magicamente com as badaladas. Nós agrupamos o tempo num ano, numa volta completa à nossa estrela, mas o que faz um ano mau? Um mau acontecimento, um mês muito mau? A partir de quantos meses mau o ano foi mau? Na passagem do ano, o que muda essencialmente é o calendário, porque as nossas mudanças interiores, mudanças de paradigma, de hábitos, são ténues e imperceptíveis diariamente. Vamos mudando e um dia acordamos outros. Essas mudanças são feitas de avanços e de recuos até que um dia o recuo já não altera os pequenos passos em frente dados até então. Por isso as pessoas em fevereiro desesperam e abandonam as resoluções. São frases bonitas e objectivos irrealistas na maior parte que contam com mudançaa drásticas que são difíceis de manter. Já as fiz muitas vezes, não com a mudança do ano, mas para mim própria, a partir de hoje não faço mais x, ou faço sempre y. E mantenho durante 15 dias ou um mês, até que falho uma vez e retrocedo nas resoluções. A luta é diária e ter dias nãos tem de ser esperado, dias nos quais nada de especial se passa mas nos assalta a falta de vontade ou desânimo. Nesses dias abraçamos o mau humor, recolhemos em casa, colocamos um carapuço, enrolamos no sofá e bebemos chá e não fazemos nada. No dia a seguir inspiramos fundo e voltamos a ver o objectivo, fisicamente ou idealizado na nossa cabeça e recomeçamos no ponto anterior à quebra.
Não podia deixar de passar por aqui. São vocês que me acompanham numa boa, leia-se agradável, parte do dia. Como vão essas resoluções? Tic tac, todos os minutos contam.
Partilho do mesmo sentimento; a primeira vez que a...
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