Ainda não lhe dediquei um Post em exclusivo, falei dele aqui e aqui.
Ele é pai, tem um papel e um mérito próprio. É tudo o que eu achava que um pai devia ser e mais. Não me ajuda. Aliás nunca me ajudou, desde que fomos viver juntos. Não sabia fazer nada, nem estrelar um ovo (na verdade ainda não estrela ovos, mas faz omeletes muito melhor que eu). É muito especial vê-lo como pai sem descurar o papel de meu namorado, não achei que fosse possível ser surpreendida com mais sentimento, e estar aqui a falar a sério e numa de lamechas.
Construímos a nossa vida em comum à nossa medida. Aprendeu a cozinhar, muitas noites esperei calmamente até às 22 horas pelo jantar e ainda hoje cozinhamos juntos. Gosta de cozinhar, gosta de ser auto suficiente em casa porque sempre trabalhei à hora de jantar e fim de semana e ele fazia manjares para si, para jantar sozinho. É profissional a lavar a cozinha, meticuloso a limpar. Esta parte da nossa vida não aconteceu, foi trabalhada em conjunto, resultado das minhas expectativas de vida e das dele, depois de conversa. Sabem, acho que muitas mulheres perdem a alegria de vida por estarem sobrecarregadas, perdem interesse no quarto e se desligam do relacionamento e se ligam aos filhos. Não é isso que queremos. Pode acontecer na mesma, certo, mas estamos preparados para combater isso.
Veio a gravidez e a minha impossibilidade de fazer as coisas cá em casa e ele calma e alegremente ficou com a carga toda.
Como pai tem ideias próprias, até na escolha de padrinhos tivemos igualdade, cada um escolhe um. É isto que eu acho normal e salutar. Ele quer filhos, tem o seu papel, que não nem de longe o de ajudar a mãe, há um papel, o de pai, pleno de sentimentos, participação e responsabilidade. Ele encontra felicidade a desempenha-las como eu. Aprendemos os dois a tratar dele os dois, ganhámos os dois rotina de vestir, trocar, dar banho, adormecer, confortar, muitas mães falham aqui e não permitem envolvimento do pai, depois um dia eles perdem iniciativa e perdeu-se a oprtunidade de envolvimento total. Tivemos um evento e tivemos de preparar a mala dele para o dia, e eu naturalmente com a rotina de amamentação e o trabalho extra de cabelos e afins deixei a mala meia pronta. Chegamos à igreja e perguntei se tinha colocado o que estava na mesa dentro do saco. Não colocou e tivemos de vir a casa, calmamente lhe disse que não queria ser este tipo de casal, que eu tenha de pensar em tudo do bebé e que só eu tenho tratado da mala da fralda, é muito para pensar. Não somos perfeitos nem queremos ser, o cansaço vai fazendo das suas. Acedeu e esse pequeno problema nunca mais aconteceu, quem tem tempo verifica que a mala tem o stock de necessários.
Embora esteja a trabalhar vai acordando de noite e de vez em quando é ele que o põe a arrotar e espera para o por no berço, troca a fralda. Sabe que por estar em casa não quer dizer que descanse, aliás é o contrário, estou sempre com ele e tenho pouco tempo para mim, fazendo o que posso pela lida doméstica.
É um pai, é um sonho de pai. Podemos não resultar a muito longo prazo mas isso não apaga quem foi e quem é para mim e para nós.
Comecemos pelo cliché, que é tão verdadeiro: para onde foi o tempo? Ainda ontem saímos da maternidade, era um ratinho pequenino e agora já me pesa nos braços. Espero não me tornar naquelas mães que só falam por intermédio de clichés.
O primeiro trimestre dele, muito chamado de o quarto trimestre de gravidez, em que não deve haver preocupações com colo ou rotinas, o bebé precisa da disponibilidade dos pais, está a habituar-se lentamente à vida fora do útero.
Passou num fósforo. O primeiro mês passou literalmente a voar. Demorei a interiorizar que sou mãe, é um papel que adoro. A nossa benção tornou medos em felicidade, descoberta em rotina, e trouxe uma dimensão especial à nossa vida. A nossa vida revolve à sua volta, e tem tanto de cansativo como de emocionante e extraordinário. Cada pequena aprendizagem dele nos enche de orgulho.
É a primeira parte do meu dia, a mais importante. A dificuldade das noites esfuma-se quando ele acorda meio a choramingar e mal lhe digo olá e bom dia se ri com vontade, dá um gritinhos amorosos, como se tivesse tido saudade durante a noite. Ficamos sempre ali meia hora, comigo a enche-lo de beijos e com ele a abrir a boquinha a rir e a palrar. Um dos dias mal acordou disse olá. Verdade, dobrou a língua, só fez olá mais duas ou três vezes mas uma está gravada em vídeo para não me chamarem maluquinha.
O primeiro sorriso. A nossa luta com as cólicas: shantala, biberão dr browns, massagem e joelho ao cotovelo contrário foram as nossas estratégias. As primeiras gargalhadas e as nossas conversas. Como diz a minha mãe, conhece bem os pais, inclina-se para nós e ri-se quando nos reconhece doutro colo.
É um bebé que gosta de companhia, gosta que falem para ele. Já passou por imensas fases. A primeira fase era gostar de andar de carro e no carrinho, quando estávamos mais cansados íamos passear com ele, dormia o tempo todo. Almoçámos muito fora, mas foi redefinido o almoço fora, super rápido connosco a aspirar a comida. Começou a dar sinal do primeiro para o segundo mês que já não achava piada ao carrinho; no carro às vezes adormecia, mas um semáforo era suficiente para o acordar. Do segundo para o terceiro mês é um suplício andar de carro; sozinho é saber que chora quase o caminho todo, tem de estar um de nós a falar ou cantar para ele, a bater palmas. Também deixou de ser fã do ovo, chora para sair, mal sai fica tranquilo, gosta de olhar para o ambiente e pessoas, fica super atento de pescoço espetadinho há semanas.
Ainda tem dias muito diferentes uns dos outros e o que resulta hoje e amanhã pode não resultar mais. Como o swaddle, tenho que voltar a experimentar, o sling que comprei e ele só lá ficou uns minutos duas vezes. Comprei um colchão da Ecus para evitar a plagiocefalia que não gostou, mesmo de noite o sono só durava uma hora. Não foi desperdício, está na alcofa onde brinca e fala com os bonecos há um mês.
Já me abraçou. Ok, é um salto, um exagero, mas defendo isto até à morte. Coloca os bracinhos nos meus ombros ou pescoço, com a cara encostada à minha e eu fico ali babada a sorver o momento como se fosse um abraço. Já se agarra à minha cara e deixo-o conhecer-me; já percebeu que os óculos são uma parte amovível da minha cara. Às vezes no suplemento fica com uma mãozinha na minha cara. Faz umas caras muito cómicas a brincar com a língua, parece que está a tirar comida dos dentes e faz estalidos, de rir. Também se agarra ao meu cabelo, arranca e fica a olhar para o que tem na mão. Anda a experimentar com a voz, gritinhos, antes de chorar reclama primeiro. Com as chupetas ainda tem dificuldade, ainda puxa vómito de vez em quando, mas anteontem e ontem adormeceu de chupeta porque anda numa fase de mamar, já fez um chupão ao pai e me fez um hematoma no mamilo.
Já se ri à gargalhada, já sabia o que era brincadeira com o comer dos pezinhos, e agora ri-se com muito som. Sabe o que é brincadeira, ri muito se danço ou salto, prefiro pensar que está a rir comigo e não de mim.
Os sonos: ainda tenho dificuldade que fique deitado no berço, de dia parece que tem picos, sonos de meia hora se tanto. Já brinca no ginásio e agarra os bonecos suspensos.
Oscilo entre querer duas horinhas para mim, ou para nós e a dificuldade em o deixar com alguém, não conseguimos, só mesmo vinte minutos para ir à fruta aqui em frente.
Já só tenho um mês completo de outubro com ele e já sinto o coração apertado. Quero tê-lo só para mim pequenino e ao mesmo tempo gostava de o ver a falar ou gatinhar.
Ele teve cólicas com três dias de vida. Pois. Começa aos quinze dias e vai até aos três meses, habitualmente. Calhou de o meu filho ser um einstein das cólicas. Era cedo para dar colimil, que só deve administrar-se aos 28 dias. Importa realçar que todos os bebés são diferentes e que isto resultou para nós. Tão depressa começaram como desapareceram, mesmo nas três semanas de cólicas era só algumas vezes por semana e uma horita. Mas uma hora de choro é mais que suficiente para nos destruir. Física e emocionalmente, porque estamos cansados e porque ele está desconfortável e com dor. E não há nada pior que saber que o pequeno tem dor.
Ao terceiro dia lá estávamos no Cmin na consulta da amamentação para pedir ajuda e ajudaram a corrigir a posição dele e minha.
O que fizemos? De tudo, porque ele até fazia cocós (na maior parte dos dias), o problema eram mesmo gases.E fizemos a figura de pegar no miúdo para andar de carro às duas da manhã por duas vezes. Resultou lindamente, passava a ombreira da porta e recomeçava o choro. O puto é inteligente e sabe que o treme treme parou. Então comecei a beber chá de funcho, limitei os lacticínios (Lasanha do continente é para esquecer mesmo), e comecei a tomar probioticos. Tummy time nos nossos joelhos antes de amamentar, verificar que a pega é boa e que arrota bem. Muita massagem, exercícios e almofada de cereais morna na barriga dele. Nos exercícios mais do que as bicicletas, o movimento mais importante na minha opinião é levar o cotovelo ao joelho contrário. Passado uma a duas horas disto era certinho fazer cocó. Pouco passou do mês e tomou o colimil e começou a ser um espevitado, mexia tanto as pernas que fazia a bicicleta sozinho, só tínhamos de fazer massagem e o outro. Também há probioticos para bebé, o biogaia, mas não tivemos necessidade de experimentar. Disto tudo ou da maturação do sistema digestivo, muito antes dos dois meses despedimo-nos, sem saudade, das cólicas, espero eu (rezo eu), para sempre.
Nota-se muito que é primeiro filho? Que estamos estupidamente orgulhosos e apaixonados por este miúdo? Lamento a repetição de assunto, mas é o possível de momento. Bom, é o bebé sorrisos, arreganha as gengivas para toda a gente, mesmo que não conheça. Mas basta ver-nos ao longe, de outro colo que se vê perfeitamente quando nos reconhece e ri antes de lhe falarmos. Se estiver noutro colo e me meter com ele abana-se todo e ri. Gosta muito de "coboiada", mal o colocamos no trocador que quer brincadeira, mexe tanto que tenho medo que se magoe, bate na superfície e às vezes na própria barriga. Amo que quando lhe vou dar beijinhos no pescoço ou perto abra a boquinha e se ria muito. Gosta de agarrar no biberão, até tenta meter mãos e tetina na boca. 11 semanas e 61 cm, a continuar assim vai ficar da altura da mãe num instante. A minha expressão favorita é a espreguiçar-se depois de mamar, com o cuzinho todo arrebitado, não estão a ver a cena, super mega delicioso. A beber o biberão fica muito sério e olha-me de lado, mesmo de lado, porque vira muito bem a cabeça, já há imenso tempo, quando dorme no colo vai alternando a cabeça. Dizia eu, olha de lado, franze a testa, e passado uns segundos ri-se ainda de testa franzida, adoro. Continua a não gostar de estar sozinho, sempre gostou de companhia, se estiver ao nosso lado e não estiver ninguém a falar para ele chama a nossa atenção com os seus "eh".
Ontem foi um dia de consolidação. Já dá as mãozinhas no centro em frente à cara e fica a olhar para elas, a abanar e a mexer os dedinhos e a levar tudo à boca. No meu colo quando estava sentada, levantou a cabeça completamente e ficou a olhar para a minha cara e a rir, descobriu uma coisa nova, fez uma e outra vez, com cara de safado. Se colocar a minha mão em frente à cara dele, ensaia até me agarrar. Hoje ao vestir-se um casaco, vesti um braço e parei porque tinha uma linha solta, vi-o a concentrar-se e com o braço contrário foi agarrar o casaco. Tão filho de sua mãe, quase sempre que come pára para conversar comigo ou para se rir.
O rapaz tem umas regueifas deliciosas mas não é um bebé gordo. É compostinho. Na palavra de vários enfermeiros, não esperem um bebé gordo, é demasiado despachado para isso. Mexe muito, muito atento, além de que eu era exactamente assim, miudinha e muito mexida e o pai é magro. Aliás várias pessoas achavam que tinha mais tempo pelo olho vivo. Já é a segunda médica que fica impressionada, com a interacção dele. Até estava em tummy time e a pedir para falarmos alternadamente para o ver a virar-se para a mãe e o pai. Ficou impressionada pelo nível de atenção às vozes e ao ambiente, a acção propositada, o riso com cócegas e em resposta à nossa voz. Gabou-nos o bebé lindo, com cara de rapaz. Também o achamos lindíssimo mas somos muito suspeitos. Se tivesse que fazer um top reacções das várias pessoas era: muito atento, olho muito aberto, muito lindo, muito risonho, muito caminho, com carinha de rapaz. Ver a dor das vacinas destruiu-me, nunca o tinha visto com dor. Nada que extra dose de mimo não o pusesse a rir passado 10 minutos. Ainda assim custou horrores. Vou estar uns dias abananada, podiam ser todas de toma oral.
Quando fez um mês fez o seu sorriso social. Antes dos dois começou a rir. Aprendi a expressão dobrar o riso, e estamos muito perto disso. Já sabe quando estamos a brincar com ele, ri-se muito quando lhe "comemos" os pezinhos. No consulta das 8 semanas começou a segurar um pouco a cabeça. Já palra muito, temos autênticas conversas, até já disse uma espécie de Olá. Acorda muito bem disposto, ri mal digo bom dia. É um bebé sorridente, basta um sorriso nosso para haver outro de resposta. Pendurei há uns tempos um brinquedo que nem é de pendurar para três meses e já bate nele propositadamente, fica algum tempo a rir-se e a conversar com o boneco. Oh filho, eu também sinto que falo muito para o boneco na minha vida. Não gosta de estar sozinho nem dp tummy time, embora até já tenha feito uma flexão.
Estou a escrever este post há imensos dias, requer mais atenção e quero absorver estes momentos a três, as vindas ao blog são mais rápidas. Passou o primeiro mês. Um mês de apresentações, descobertas, conhecimentos, rotinas, pouco sono, muito cansaço e ainda infinitamente mais amor. Tenho uma pessoa minha, que depende de mim para viver, isto é um amor diferente dos restantes, nunca estive mais de duas horas longe dele, ele precisa de mim, e é uma sensação nova, um mundo a descobrir, uma vida de responsabilidade. O primeiro mês basicamente foi o que estava à espera mas com um bebé que superou todas as expectativas. Fofo, giro que dói e muito interactivo. Ao terceiro dia de vida já seguia a minha voz e virava a carinha para onde estivesse a falar, como não se apaixonar? A estadia no hospital foi fácil, uma das enfermeiras até achou que era um segundo filho, e eu fiquei logo toda contente. Ele ficou a domir connosco no hospital e foi absolutamente essencial, permitiu-me dormir umas horas porque desde que nasceu que fizemos turnos para lhe vigiarmos o sono, permitiu-lhe uma maior intervenção na vida do bebé, afinal é tão filho dele como meu. Todos os hospitais deviam permitir isto. A vinda para casa teve uma primeira manhã atribulada, mas dentro do normal.
Amamentação
Requer, como tudo, uma curva de aprendizagem e habituação. Se sou a maior fã? Não. Cria muitas dúvidas: Está a comer? Quanto está a comer? Será suficiente? Traz algum desconforto, pequeno é certo e ocupa muito mais tempo. Mas é o melhor para ele e nem há dúvidas que farei pelo maior tempo possível. É o único momento em que ele não intervém mas que é essencial na mesma, faz muita coisa enquanto amamento, como me trazer água e me dar enquanto amamento. A sede é avassaladora. Os bons profissionais também dão maus conselhos, como tenho vindo a dizer há conselhos a mais e uma quantidade absurda de mitos sobre a amamentação. devido a um conselho que se provou errado da pediatra para o nosso caso e de um ganho de peso tímido, tivemos que introduzir suplemento de leite artificial, devia ter seguido o meu instinto mas farei um post apenas dedicado à amamentação, à pressão, aos mitos e à minha experiência.
Sonos
Não temos problemas de maior neste campo tendo em conta a idade dele e o que vou lendo. Dorme mais profundo e melhor de noite, embora seja um reloginho e não deixe passar mais que duas horas e meia. Ultimamente às vezes três. Ainda não teve três dias iguais, o que é normal, durante o dia pede mais colo para dormir, mas quando tem gases, ou dorzinhas, de resto vai aguentando no berço ou alcofa com algumas estratégias nossas, excepto quando quer domir, aí fica facilmente. Todos os dias dorme, no mínimo, as 14 horas que deve dormir, se está mais choroso, ou com mais gases, dorme no colo, porque o sono é essencial.
Fraldas
De início trocamos sempre os dois porque o menino gritava a plenos pulmões, detestava trocar fralda. Lá passou. Agora até troca mais ele quando está em casa, para me dar oportunidade de ir ao WC ou fazer qualquer coisa antes de amamentar. Aliás está aqui um caso sério de amor, porque acaba de trocar a fralda e fica de tal forma embevecido a olhar para ele que tenho de insistir para mo trazer para ele comer, às vezes o choro trata disso por mim.
Banho
O banho dava-me medo, de me escorregar, sei lá. Tem sido sempre ele a segurar e eu dou o banho. É tão pequeno e frágil, que preferimos assim. Para já temos usado a shantala embora tenha a banheira da Chicco, na shantala fica com a barriga submersa o que ajuda com gases, arrota sempre bastante no banho.
Nós
Nós enquanto pais e enquanto casal surpreenderam-me. Mesmo com um comportamento exemplar desde a gravidez, desde a primeira: foi sempre crescendo. Estamos muito bem. Cuidamos um do outro, como ver quem está cansado, precisa de dormir ou de um banho, de uma pausa. Somos uma equipa com responsabilidades complementares, ele não pode amamentar por isso tem feito tudo o resto. Continuo a ser rígida a a não usar a palavra ajudas. Ele ajuda tanto a mim como eu a ele. A palavra ajuda faz-me espécie porque implica uma responsabilidade apenas minha e um favor voluntário que me faz e eu nunca embarquei nisso como podem ver em todos os meus posts de vida a dois. Não cozinho há imenso tempo, nem fiz nada neste mês a não ser cuidar do bebé. Não nos temos esquecido do nosso relacionamento e de nós fora do âmbito do bebé, espero que seja sempre assim. Tenho um orgulho imenso nele como pai, é delicioso vê-lo apaixonado pelo bebé, a cuidar dele, trocar fraldas, adormecer, cantar para ele, contar histórias, falar para ele. Saiu, literalmente, e sem duplo significado, melhor que a encomenda. Gosto tanto de o ver com ele, fico muito enternecida com o amor honesto que lhe tem. É paciente, carinhoso, brincalhão, conta-lhe histórias e gosta genuinamente de cuidar dele.
Eu
Tenho tido algum tempo para mim, banhos descansados, ler, até reuniões e corrigir trabalhos, até ir pintar o cabelo já consegui, ir ao dentista. Fica muito bem com ele, aprendemos juntos a cuidar dele. Certo que muitas vezes só se consola no meu colo, ou adormece muito mais rápido, mas é perfeitamente natural, conhece melhor os meus sons e o meu cheiro, afinal conhece-me há mais nove meses do que a ele. Enquanto armamento ele cuida de mim, dá-me água e comida à boca (a sede, senhores, que sede). Já recuperei do parto, está aqui uma barriga residual que desaparecerá com tempo, de resto o edema desapareceu passados 16 dias e com ele a maior parte do desconforto. Tive sorte com os pontos da episiotomia que foram intra-dermicos e o resultado estético foi óptimo, nem se nota.
Tive muita sorte, ele gozou os 15 dias, a minha mãe meteu férias duas semanas, e ele goza os restantes 10 dias e mais férias, portanto só aos dois meses é que ficarei sozinha com o bebé. A minha mãe foi uma ajuda enviada do céu. Primeiro e mais que tudo foi uma companhia brutal, teve a oportunidade de conhecer melhor o neto, o que era importante para mim. Não consegue estar parada, é uma força ímpar, até fez limpeza profunda e adiantou-nos o jantar várias vezes, continua a surpreender-me na entrega, altruísmo e amor, e olhem que a barra não estava baixa.
De resto sim, é muito cansativo. O sono partido, a privação de sono são difíceis mas o dia acaba por passar bem. Já teve os seus choros inconsoláveis, que são tão difíceis de ouvir, e de decifrar, o choro de bebé está mesmo desenhado para nos desorientar, custa horrores saber que às vezes são mesmo dorzitas e que os bebés choram, já deviam vir a saber falar. O cliché é tão verdade, passa tão rápido, só penso que a minha licença vai acabar e que vou ter que o partilhar com o mundo e deixa de ser tão meu.
Os primeiros tempos em casa são complicados. De repente já não temos o conforto de ter ali uma campainha e profissionais a uns metros. Além da nossa recuperação, temos um bebé, há um mundo de novas rotinas, muito pouco tempo e temos que nos alimentar. No nosso caso, fizemos uma preparação que se revelou fundamental. Além da ajuda preciosa da família, foi ele que fez absolutamente tudo, eu só tratei do bebé e da minha higiene, até da minha alimentação ele tratou, enquanto amamentava ele dava-me comida à boca e água. Em todo o caso, há muita coisa que nos facilita o quotidiano e aqui vos deixo umas dicas.
Utensílios plásticos
O ambiente que me perdoe, não é, de todo, hábito nosso, mas facilitou mesmo muito. Acreditem que ajuda mesmo muito nem sequer ter de por a máquina a lavar.
Comida congelada
No último mês de gravidez tratamos de fazer comida a mais e congelar por porções. Não sou grande fã de churrasqueiras e a comida pré-feita além de fraca não é nada saudável. Conseguimos, mesmo com um congelador pequeno, cerca de 17 refeições. Facilitou tanto, mas tanto, os primeiros tempos. Ele só tinha de descongelar e aquecer, e no máximo, fazer um puré ou qualquer coisa quando necessário para acompanhamento. Há muitas receitas que resultam bem como lombo de porco estufado com legumes, bacalhau com natas, frango com molho de cerveja, lasanha de atum, frango à Brás, entre outras.
Família
Sei que não é opção para toda a gente, mas foi uma ajuda fundamental. Muitas vezes a minha mãe mandou comida, aliás festejámos o São João graças às sardinhas que mandou. Além disso, a lavagem da nossa roupa e do bebé foi toda feita por ela. Salva-vidas. Não se paga amor assim.
Compras online
Nos valha a Nossa Senhora da Internet. Continente, bebitus, vertbaudet, zippy, até mango e zara. Comprámos de tudo pela internet, compras de supermercado e wells, acessórios para o bebé, aquecedor de biberões, fraldas, roupa para ele, até roupa para mim.
Stock
Também fizemos stock dos produtos essenciais: fraldas, papel higiénico, água, sumos, snacks. Foi menos uma coisa em que pensar. O maior stock que fizemos foram as fraldas. Tínhamos cerca de 120 fraldas de várias marcas, não fosse ele fazer alergia ou não gostarmos, sempre aproveitando promoções. Não é muito, gasta uma média de oito por dia nos primeiros tempos, portanto são mais de 200 num mês.
Partilho do mesmo sentimento; a primeira vez que a...
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