Em dia de eleições
Vou começar a ver agora o filme Suffragettes. Fico sempre confusa quando as pessoas no geral optam por não querer saber e não votam, num país como o nosso muito mais, em que a liberdade é relativamente recente. Ainda mais fico quando as mulheres não votam, quando tantas tiveram de morrer pelo reconhecimento dum direito inalienável. Posso dizer que conheço uma mulher que nunca votou, não quer saber e me perguntou aos dezoito e até aos vinte e pouco, incrédula se votava. Senti vergonha por ela, tentei fazê-la mudar de ideias. É inconcebível para mim. Sempre foi um hábito e hoje não foi excepção, almoço na minha mãe, e logo a seguir vamos, eu, ela e o meu irmão, votar e tomar um café depois. Agora até somos mais. A minha mãe ainda cresceu sem liberdade, depois disso fez greves, lutou pelos seus direitos. Sempre me foi incutido que deveria fazer o meu papel e escolher. Pelo menos para honrar os que lutaram e morreram por direitos que se troca pela quinta das celebridades, ou casa dos segredos ou que tais.