Tradições
Nada como um casamento para uma boa e velha discussão doméstica.
Um casamento, evento, ou o que seja para despertar em mim a raiva latente que tenho ao outro género. Inveja do pénis, chamem-lhe o que quiserem. Nestas alturas dava um rim para ser homem. É uma despreocupação. E mesmo assim falham como as notas de cem. Não há paciência.
Ter um evento e ser homem é:
- usar o mesmo fato que já usou 19 vezes e mesmo assim levá-lo à lavandaria mesmo à queima e pedir encarecidamente para estar pronto no dia anterior;
- não ter o carro na desgraça habitual, em que dá para desenhar na sujidade exterior e evitar o aroma rústico interior.
No dia: acordar e tomar banho!
Pá são três passos, três míseros passinhos. E mesmo assim, consegue falhar a marcação de lavagem de carro e o carro estar a lavar até 45 minutos antes do evento, e lhe faltar o banho E vestir-se.
Foda-se, não é uma logística complicada, ou é? Digam-me se estiver errada, se isto é como fusão nuclear a frio.
Ser mulher e invariavelmente dama de honor é ter uma cor específica de vestido, comprar, mandar fazer, reciclar caso por uma sorte das alminhas haja um dessa cor no armário, depilação, sapatos, acessórios, cabelo, unhas, maquilhagem.
No dia: cabelo e maquilhagem. Para as sobredotadas que o conseguem fazer sozinhas, os meus parabéns. Já não estou em fase disso. Apenas a maquilhagem e se já tiver tido as minhas férias, ui, rápido e simples, se estiver em modo lula cansada do trabalho com olheiras até ao pescoço, complica.