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Nervoso Miudinho

blog humorístico (esperemos) sobre tudo e mais frequentemente sobre nada

12
Abr17

Viver uma gravidez de risco #4

nervosomiudinho.blogs.sapo.pt

É uma montanha russa, sempre. Depois de três abortos espontâneos, não é possível que seja doutra forma. Os medos nunca desaparecem, a ansiedade gere-se, não se controla. Os sentimentos, medos não se controlam. Todos os dias de consulta são precedidos de insónia e mais sintomas, os dias da consulta, que correram sempre bem são seguidos de vómitos muito fortes, indisposição, dor de cabeça, digestões tão lentas que resultam em vómitos. Nunca passa. Tem uma parte de racional e irracional, da primeira vez no dia que começou a hemorragia passado umas horas abortei, da segunda vez - a pior coisa que vivi, foi violento e cruel - estive oito dias de repouso que não pararam a hemorragia e acabei por abortar devido a perda excessiva de sangue, à terceira fui apanhada desprevenida na consulta, o que trouxe outro tipo de medos. Isto está e estará gravado em mim. Por isso tive relutância em anunciar a gravidez, tanto aqui como na minha vida pessoal, não queria mudar um milímetro, como estava a correr bem. Tive e tenho muita dificuldade em dizer o bebé, em dizer o nome. Tive muita dificuldade em começar a fazer as compras, em começar a colocar tudo no quarto. Acho que ainda tenho pouca coisa. O investimento emocional é cada vez maior, crescendo o medo proporcionalmente. Falo disso aqui numa tentativa de exorcizar os medos, que vou gerindo, aliás que vamos gerindo, conversamos muito os dois, ele também sente o mesmo, ainda nos é esquisito dizer o bebé, fazer planos. Mas isto não interfere com os sentimentos bons, sentimos muita felicidade, não interfere com as celebrações, optámos por celebrar toda e qualquer conquista, mimámo-nos enquanto casal depois de cada boa notícia, de cada consulta, de cada marco. Temos tido dias extraordinários, estamos a aproveitar esta fase o mais possível. Para mim a gravidez nunca foi um objectivo, é um passo necessário, tem coisas muito muito bonitas, é único mas é um meio para um fim, e no meu caso implica medicação extra, cuidados extra, muitas limitações extra, tive a felicidade de começar a sentir os pontapés às 16 semanas, o que ajudou muito a gerir a ansiedade. 

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